Energia ensolarada e forte com um clima urbano e caipira. É assim que se resume Back to Forever, segundo disco da cantora e compositora Lissie, que confirma o seu som meio Pop Rock meio Country contagiante e envolvente.
O disco passa por canções Pop com um toque dançante, como a primeira,The Habit, Further Away (Romance Police) e Can’t Take It Back, que chegam a soar perto de algo como Metric. Porém, o charme da obra são as canções com um pé de bota pisando em um monte de feno, a hora em que Lissie utiliza de sua voz para composições Country Pop mas sem soar brega ou melosa, como muito acontece com esse estilo tão difundido e adorado na terra do Tio Sam. I Don’t Wanna Go To Work, Mountaintop Removal, Shamless e Cold Fish – essas com um toque de Blues – são exemplos dessa sonoridade. Ao final, fecha-se a obra com a faixa homônima. Uma balada, que assim como as confessionais I Bet On You e They All Want You, parece se despedir do ouvinte num pôr-do-sol de domingo dos mais profundos e reflexivos.
O balanço que fica é de que Back to Forever não é um disco para fãs de Country, já que se tem apenas alguns toques do estilo nas canções. Este é sim uma boa opção para apreciadores de um Pop que foge dos estereótipos dançantes, e com uma proposta mais séria e poetizada.
O resultado são canções muito bem divididas entre o animado e empolgante Pop Rock, o dançante sóbrio na medida certa e as doses caipiras que dão uma energia diferente para toda a obra. Todas essas três propostas, por assim dizer, do disco – Pop , Country, e baladas – são apresentadas na medida correta, sem enjoar, e sem parecer jogadas ou sem propósito durante a execução. Ao ouvirmos, parece um livro de pensamentos ou um diário, onde Lissie vai expondo seus sentimentos, hora mais extrovertidos e hora mais introvertidos, através das canções.