No Rock instrumental nacional, os cuiabanos do Macaco Bong já viraram referência para alguns. Agora, com o segundo LP da banda, This is Rolê, isso só vai se firmar ainda mais e para um público ainda maior.
O disco começa com uma porradaria contra a parede classuda com as guitarras e baixo pesados e afinados em tom abaixo, junto com a bateria tocada à tacape que faz o autofalante tremer. Energia total que dá as boas vindas para o novo trabalho dos caras, que mais uma vez vem com um instrumental de primeira, coisa difícil de se fazer bem – diga-se de passagem. As faixas, mais uma vez com os nomes engraçados, igualmente ao primeiro disco, como a intitulada Copa dos Patrão, totalizam quase uma hora de uma caminhada homogênea e contínua que vai do intenso ao brando nas duas últimas músicas.
O início do álbum é algo bem marcado pelo Stoner Rock, pulsante e vibrante. Na metade do disco, quando chegamos às faixas Mullets e Summer Seeds o que nos é apresentado é algo que se assemelha a um Progressivo/Post-Rock. O som abaixa na intensidade, mas sem destoar em uma transição muito bem executada. As duas últimas são simplesmente incríveis. Seu João apresenta teclados ao maior estilo Jazz Contemporâneo/Fusion que dá uma cara requitanda mas sem perder a alma Rock‘n’Roll que é instigada ao fundo com uma bateria bem presente.
O fechamento de This is Rolê com Dedo de Zombie é dado com um síntese do álbum: força, agressividade, e um piano nos últimos segundos da música que fecham o álbum de maneira bonita e suave. Uma música de contraste muito bem executado e que serve muito bem como encerramento.
Muito se diz sobre o Rock brasileiro ter morrido ou não ter qualidade. Bom, devem dizer isso por falta de informação ou certo comodismo, porque a safra atual, que conta com Vivendo do Ócio, O Terno, Vespas Mandarinas, Black Drawing Chalks e Macaco Bong, entre outros, é sim de muita qualidade. This is Rolê – liberado pela banda para download gratuito – é um exemplo de um belo trabalho de Rock nacional e chega agregando a essa cena independente do estilo em nossas terras e, por que não, nas gringas também.