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No ano passado, o projeto Machinedrum nos chamou atenção com seu Vapor City, com batidas Drum ‘N Bass e uma criação de ambientes urbanos e etéreos, fatos que lhe conferiram nosso selo “Ouça” de qualidade. Para nossa surpresa, não foi preciso esperar tanto tempo para escutar novidades deste ótimo nome, com o lançamento de Fenris District EP, um registro que resgata a interessante proposta de Travis Stewart, porém a direciona para uma área diferente. Esta, mais etérea do que a do disco anterior.
Ainda que seja um disco relaxante, é preciso notar que Machinedrum não abdica nem um pouco do aspecto percussivo e dançante que promoveu o destaque de seu registro de 2013. Back Seat Ho e Neujack acabam exemplificando bem esta faceta. São batidas que, como o nome do projeto sugere, soam como se fossem executadas por uma máquina, fato que poderia ser mostrado como um demérito no disco, mas que não ocorre pela mistura coesa e pouco tediosa com as linhas harmônicas. Estas linhas misturam um baixo Trap com acordes característicos de músicas eletrônicas dos anos 90, fato que pode agradar entusiastas de Disclosure.
O curto EP conta com faixas remixadas dando um novo ar à bela sonoridade de Machinedrum. A primeira foi produzida por Rustie e, aqui, toda a harmonia que ouvimos em On My Mind é deixada de lado, mostrando todo o lado Twerk e Trap das músicas. Não foram economizados filtros de distorção, reverb, flanger e phaser nesta música, configurando assim, um excesso benéfico. O outro remix é uma colaboração entre Machinedrum e Sherwood & Pinch, na qual, como o próprio título faz questão de definir, muitos ritmos entram em cena. Desta forma, o EP também revela uma face Experimental do projeto de Travis Stewart, misturando em uma só faixa Dub Fi, Dub e Downtown.
Fenris District funciona como uma extensão de Vapor CIty. A opção de lançá-lo à parte parece ser justificativa justamente por este aspecto mais experimental e diversificado. É um EP interessantíssimo que vale a pena ser escutado para ambos os propósitos: relaxar ou dançar.
