Resenhas

Marlene – Indian Summer EP

Estreia da cantora sueca acerta em cheio no Pop, mas suas influências vem R&B norte-americano

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Ano: 2014
Selo: Sony/Atv
# Faixas: 5
Estilos: Pop, R&B
Duração: 17:00
Nota: 3.0
Produção: Elof Loelv, Oskar Sikow, Jake Oh,Tepr, Myd

Algo na água sueca faz com que o ecossistema musical da Suécia se torne o epicentro para novos nomes que partem pelos mais diversos estilos musicais ganhem o mundo. Kings of Convenience, Peter, Bjorn & John, The Radio Dept e Lykke Li são alguns dos atos vindos do pequeno país nórdico e compartilham em momentos distintos de sua carreira um gosto pela música ensolarada e pelo Pop, algo que contrasta com a visão gélida que temos do país. Se é a vodka ou simplesmente a esperança por tempos mais quentes, nunca saberemos, no entanto, Marlene é mais uma cantora que vem da mesma região e que certamente irá abraçar o mundo com seu gosto pelo R&B norte-americano.

Seu primeiro EP, Indian Summer, é uma pequena mostra do que podemos esperar da cantora com C maiúsculo e com espaço para brilhar nas rádios por aí. Não espere batidas ou criações muito diferentes do que estamos acostumados, no entanto, a sua capacidade de agradar logo de cara parte sobretudo de sua voz, que preenche e encaixa muito bem a instrumentação que lhe dá apoio. Vemos isso na condução crescente de Stay Awake, com um filtro que esconde o brilho de sua produção – básica no Hip Hop em sua bateria, mas cheia de sensualidade no piano de fundo -, que tem na forma como Marlene captura cada momento e o torna mais divertido e gostoso.

A faixa título é Pop em sua essência, os backing vocals com as onomatopéias “eaeae eaea” já foram ouvidas outras vezes no populismo de outros nomes, mas aqui ganham ares vintage com sua pegada dos anos 1990 e captam os ouvidos daqueles que são resistentes ao estilo norte-americano. Os toques tropicais de Bon Voyage parecem certos a estarem presentes nos clubes de música do Hemisfério Norte com o verão logo despontando pela região – e, por que não, o Brasil também, neste inverno atípico que estamos sentindo atualmente? A verdade é que, logo de cara, a cantora já consegue criar uma obra popular, perfeita para rádios e que nos parece feita para alcançar o máximo de pessoas possível devido ao seu alcance sonoro.

Se você é um dos mais puristas em relação ao Pop, saiba que o EP não deve se adequar muito bem aos seus conceitos musicais, mas esta não é a intenção de Marlene. A cantora deseja criar uma sonoridade conhecida, mas pouca vezes executada na Europa, sendo mais disseminada nos EUA. No entanto, apesar de ser considerada R&B, contrasta com nomes mais melancólicos que resenhamos, como How to Dress Well, Rhye ou The Weeknd e talvez este seja o seu triunfo em faixas como Lavender Fields ou I Do This for You : caminha lado a lado com o gênero que está em alt,a mas parte rumo à expansão musical, a alegria e ao Sol. Se a sua busca por uma nova cantora, fácil de assimilar, mas gostosa de ouvir, estava pendente, saiba que não precisará ir muito longe e chega de forma inusitada: na voz da sueca Marlene, que poderia ser brasileira com este nome que nos parece tão pouco comum pelos países nórdicos e que abusa do (bom) gosto pelo Pop e o R&B norte-americano.

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BOM PARA QUEM OUVE: Haim, Marina And The Diamonds, La Roux
ARTISTA: Marlene
MARCADORES: Pop, R&B

Autor:

Economista musical, viciado em games, filmes, astrofísica e arte em geral.