Convenhamos: Um pouco de Pop não machuca ninguém, aquele som que você põe pra tocar e consome de forma fácil só parar dançar um pouco aqui, sorrir um pouco agora. Em uma época de grande reinvenção do “gênero” (na falta de um termo melhor), quando Beyoncé, Zayn, Justin Bieber e Rihanna, para citar alguns, abraçam o novo, o duo Matt and Kim investiu seu tempo e recursos em uma pequena obra, lançada de surpresa, que parece fazer questão de fincar-se naquilo que chamava atenção em algum momento dessa última década e meia. Ficou divertido? Sem dúvidas, mas valeu a pena?
Esse fator temporal influencia sim quando estamos falando de uma música (sinceramente, que não esconde seu propósito) que visa o lucro, seja ele abrindo para Ellie Goulding em turnê pela América do Norte, seja licenciando as quatro faixas de We Were The Weirdos para publicidade, trilhas sonoras e o que mais for, justamente um universo que costuma pedir o “agora”, não o “ano passado”.
E o que isso implica para o ouvinte do EP? É simples: We Were The Weirdos, por melhor produzido que seja, não consegue empolgar por ser parecido demais com tanta, tanta música que já ouvimos por aí há tanto tempo, sem personalidade suficiente para se destacar e sem um propósito artístico diferente do “se dar bem” para você esforçar-se em alguma boa vontade de apoio. A obra não é de todo um tempo perdido, mas são onze minutos largamente irrelevantes. Nota dez para a produção, zero para a consistência. Tire aí a média e avalie se vale a pena ouvi-lo.
(We Were the Weirdos em uma faixa: Please No More)
