Resenhas

Matthew E. White – Outer Face

Músico volta a surpreender como no ano passado com seu ótimo Folk Gospel de roupagem Psicodélica

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Ano: 2013
Selo: Domino Recording
# Faixas: 5
Estilos: Folk Psicodélico, Gospel
Duração: 26:01
Nota: 4.5
Produção: Spacebomb
SoundCloud: /tracks/106343230
Itunes: http://clk.tradedoubler.com/click?p=214843&a=2184158&url=https%3A%2F%2Fitunes.apple.com%2Fbr%2Falbum%2Fouter-face-ep%2Fid69

Um ano após o aparecimento de uma das boas surpresas que deram as caras por aqui nas resenhas de 2012, Matthew E. White retorna, e, na ocasião de relançamento do ótimo Big Inner neste ano, anexa ao álbum primogênito de sua carreira solo o excelente material inédito do EP Outer Face.

Outer Face segue com honra o estilo do álbum anterior, e nos confunde na definição do que ele é: ficamos indecisos entre o aspecto de “continuação” que o álbum tem, embora soe muito bem também como “material bônus”, dada a semelhança com o primeiro. White segue em Outer Face o estilo próprio que lhe consagrou, a saber, um Folk Gospel com roupagem meio Psicodélica (embora soe ligeiramente injusto classificar sua música assim, dada sua singularidade). Sua voz barítona é o principal recurso das faixas que apresenta, ficando ao cargo de alguns arranjos de cordas, backing de vozes femininas e percussão ligeiramente desconjuntada a ambientação minimalista que percorre todo o álbum.

Soando lindamente excêntrico por conta de seus arranjos surpreendentes, a estranheza dissonante do Gospel Jazzístico de White sabe como cativar o ouvinte sendo incrivelmente original em seu minimalismo hipnótico. Consegue assim, de alguma forma particular, soar grandioso. E, quando digo, “arranjos surpreendentes” não estou me referindo a um certo tipo melodiosa pegajosa que convence rapidamente, recurso que é recorrente nas diversas vertentes da música Pop, por exemplo, mas sim à imprevisibilidade da estrutura musical com que White compõe suas canções. Lembro-me com clareza a uma analogia que um amigo fez em certa ocasião, mas que serve muito bem para esse contexto: sabe quando você está no banco passageiro de um carro incrível, adorando o momento do passeio, mas não a menor ideia para onde está indo? Assim são estas músicas.

Matthew E. White mantém a excelente surpresa com que nos atingiu o ano passado, e, com a religiosidade de Outer Face evolui ligeiramente de seu antecessessor imediato Big Inner. Não chega a ser o aspecto contrário da mesma realidade, conforme os títulos sugerem, mas definitivamente é algo que vai além no tratamento do mesmo assunto de antes. Excelente.

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Autor:

é músico e escreve sobre arte