Resenhas

Miami Horror – All Possible Futures

Segundo disco dos australianos traz apanhado da cena musical local ao mesmo tempo em que ainda entrega o melhor da Indie Disco

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Ano: 2015
Selo: Haven Sounds, Dine Alone Music
# Faixas: 15
Estilos: Eletrônica, Disco, Dreampop, Psicodelia
Duração: 62:00
Nota: 3.0
Produção: Miami Horror

Cinco anos se passaram desde o último e único lançamento dos australianos Miami Horror. Ilumination foi um estrondo dentro da cena Indie Eletrônica ao abordar algumas vertentes musicais que se provariam certeiras, como a Disco e o Eletro Funk. Ancorado por dois hits que você com certeza já ouviu em alguma balada do gênero, Sometimes e I Look to You (com Kimbra), o trabalho fez a festa de quem estava atrás de raves vintage e o clima de bailes de discoteca dos anos 1980. Agora, com All Possible Futures, as coisas se invertem e o panorama é bastante distinto.

A Austrália se tornou um epicentro da Psicodelia e da Indie Disco com nomes como Tame Impala, Pond, Cut Copy e Jagwar Ma, e é isso que sentimos ao longo do novo álbum: diversas referências e mais experimentação. Ao mesmo tempo, Miami Horror deixou de ser o projeto de um homem só, Benjamin Plant, para se tornar um quarteto e a transformação em uma banda propriamente se explica nesse multidirecionamento e até um pouco de falta de foco. Temos exemplos claros do que era feito anteriormente, como as guitarras funkeadas dançantes no ótimo single Love Like Mine e o gosto pelas pistas em Real Slow, ao mesmo tempo em que tudo se tornou muito mais etéreo e viajado.

Quando essa direção parte rumo à dança e ao apreço pelas melodias Pop grudentas, Miami Horror consegue se destacar na cena musical, entretanto muito das novas fronteiras abraçam a Psicodelia de um jeito não tão marcante assim. Colours in the Sky e Wild Motion lembram muitos os pares musicais australianos do grupo (Tame Impala e depois Cut Copy), nos fazendo duvidar que estejamos diante daquela banda que nos entregava a falta de compromisso com o amanhã de forma bastante única.

A sorte é que, ao longo de sua extensão em quinze faixas, retornamos muitas vezes ao que os consagraram de forma ainda mais animadora: Out of Sight é o remédio para falta de Talking Heads na nossa vida, enquanto as famosas guitarras funkeadas deliciosas retornam na curta e sexy (Maybe I Need You) e as melodias viciantes aparecem na abertura American Dream.

Como o próprio título diz, Miami Horror tenta após cinco anos abraçar todas as possibilidades musicais futuras e isso faz a banda entrar em diferentes estilos musicais: Dreampop, Psicodelia, Disco e Música Eletrônica. Talvez a grande faixa que consolide essa ideia de diferentes experimentações seja o ótimo encerramento Forever Ever?, que consegue trazer o Rock Psicodélico às pistas de dança com toques etéreos de muito Acid House clássico. Enquanto tudo é possível, All Possible Futures mostra-se um grande apanhado da atual cena australiana e, mesmo não surpreendendo nas referências, ainda traz uma banda que nos faz querer dançar sem horar pra acabar.

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BOM PARA QUEM OUVE: Jagwar Ma, Holy Ghost!, Cut Copy
ARTISTA: Miami Horror

Autor:

Economista musical, viciado em games, filmes, astrofísica e arte em geral.