Resenhas

Miles Kane – First of My Kind

Mais uma vez, o músico parece se espelhar em alguém para fazer um disco, daí vermos tantos reflexos de Paul Weller e do Mod inglês neste seu novo EP

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Ano: 2012
Selo: Columbia
# Faixas: 4
Estilos: Britpop, Indie Rock, Mod
Duração: 12:35
Nota: 2.0

Por mais que Miles Kane se esforce, parece que ele sempre está à sombra de alguém. Se lá em 2008 isso contecia com ele e Alex Turner no Last Shadow Puppets, na qual ele figurava como um mero parceiro de Alex, agora está à sombra de Paul Weller (The Jam), como seu pupilo. Se o resgate dos anos 60 ao lado de Turner deu certo, o músico não consegue o mesmo êxito em seu trabalho solo.

Ao contrário do que o nome diz, First of My Kind não tem nada de original, pois mais uma vez o som de Miles fica preso às fórmulas do Britpop, mas agora, com ensinamentos de seu amigo Welller, ele traz um pouco do Mod inglês dos anos 60/70. O que está bem presente nas letras, com temáticas amorosas e às vezes melosas, é a única mudança que podemos ver do primeiro disco solo para este EP.

O disco tem somente duas faixas novas. A primeira delas recebe o mesmo nome do EP e está carregada daquela vibe sessentista e com cara de trilha sonora dos filmes do James Bond. Night Runner é a outra inédita e sua letra conta com várias aliterações, que cansam o ouvinte quando usadas em excesso, “Sing aloud/ Sing it sad/ Sing along” é só um exemplo das varias que aparecem na canção, o refrão também se repete à exaustão durante os quase quatro minutos de música.

A segunda metade do disco tem duas músicas já conhecidas. Looking Out My Window é uma música do Tom Jones de um disco de 1968, e esta gravação traz quase os mesmos arranjos, com os saxofones e tudo o que aparece na original, com a diferença que Miles não tem aquela vibe Soul de Jones. Uma versão acústica (e chata) de Colour of the Trap fecha o disco: Tire os barulhinhos eletrônicos da original, coloque um violão e pronto: se conseguiu imaginar isso nem precisa ouvir esta música.

De amigo do Turner para amigo do Weller, Miles parece absorver influências de quem está por perto, mas quando vai para o estúdio, acaba pincelando isso num Britpop. Os pontos positivos desse disco ficam por conta da ótima produção, a voz de Miles (que me parece ganhar mais personalidade a cada vez) e a curta duração dele.

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ARTISTA: Miles Kane
MARCADORES: Britpop, Indie Rock, Mod

Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts