Resenhas

Moby – Innocents

Músico volta ao seu melhor com sua marca registrada em álbum que evoca a pureza de modo belo e sutil

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Ano: 2013
Selo: LAB 344
# Faixas: 12
Estilos: Eletrônica, Ambient Music, Chillout
Duração: 62:27
Nota: 4.5
Produção: Mark 'Spike' Stent
Itunes: http://clk.tradedoubler.com/click?p=214843&a=2184158&url=https%3A%2F%2Fitunes.apple.com%2Fbr%2Falbum%2Finnocents%2Fid705470

O músico, DJ e fotógrafo Richard Melville Hall, que se apresenta sob o codinome de Moby acaba de lançar mais uma obra repleta de canções inéditas. Dois anos após seu último lançamento, Destroyed, temos agora no final de 2013 Innocents, mostrando que mesmo 21 anos após sua estreia (o homônimo Moby), e 14 distante do álbum que consolidou sua carreira (Play), ainda resiste em ótima forma. Suas produções tem sua marca registrada, quase como uma assinatura sonora, timbres e outros recursos estéticos que evoluem junto da carreira musical do autor e amadurecem sem parecer ultrapassadas.

Advindo disso tudo, Inoccents apresenta a faceta muito bem conhecida do vegano: músicas minimalistas, introvertidas e melodiosas, que embalam o clima do ouvinte de forma aconchegante, mesmo quando faz uso de seus recursos um pouco mais cafonas, e amplamente conhecidos, como os coros de vozes, sempre soando grandiosos. Embora mais atmosférico, o álbum mantém a essência de sua Porcelain vinda de um longíquo 1999, bases suaves e aéreas com um timbre levemente granulado, arranjos simples e eficientes de cordas, murmúrios repetitivos, em sua maior parte em tom melancólico. Algo de uma pureza bela e aconchegante.

Para Innocents, Moby conta um leque poderoso de grandes convidados. Para além das faixas instrumentais com cara de trilha sonora, temos as participações vocais de grandes nomes como o sutil Damien Jurado, o grave melancólico de Mark Lanegan (Screaming Trees, Queens of the Stone Age), além das participações de Cold Speks , Wayne Coyne (The Flaming Lips), Skylar Grey e Inyang Bassey.

Moby é generoso, uma marca irrefutável de um grande artista. Me chamou a atenção quando, ao invés do típico termo “participação” (o famoso featuring) as faixas evidenciavam um “estrelando” ao lado do nome de cada convidado. Fenômeno do acaso, que ocorreu graças à liberação da audição do álbum no player do Rdio. De fato, é isto que Moby faz: proporciona uma base sólida e abre espaço para cada artista dar sua contribuição particular, cada qual com a individualidade que lhe é própria.

Innocents é um retorno ao melhor de Moby, de sua sutileza tranquila, de sua introversão relaxante, acompanhado da maturidade que desenvolveu ao longo de suas duas décadas de produção incessante, recheada de belos exemplos, além de uma boa parcela de generosidade. Vale muito a audição.

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BOM PARA QUEM OUVE: Röyksopp, Air, Thievery Corporation
ARTISTA: Moby

Autor:

é músico e escreve sobre arte