Resenhas

MS MR – Secondhand Rapture

O looping de referências místicas e grandiosas do duo não impressiona nem desaponta, resultando em um meio termo que incomoda mais do que um posicionamento entre os extremos

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Ano: 2013
Selo: Columbia
# Faixas: 12
Estilos: Indie Pop, Pop Alternativo, Piano Pop
Duração: 41:47
Nota: 2.5
Itunes: http://clk.tradedoubler.com/click?p=214843&a=2184158&url=https%3A%2F%2Fitunes.apple.com%2Fbr%2Falbum%2Fsecondhand-rapture%2

Lizzy Plapinger e Max Hershenow se conhecem desde a faculdade e estão envolvidos com a música desde então. Por um bom tempo frequentaram apenas os bastidores, seja produzindo pequenos grupos ou gerenciando um selo próprio. Ao final de sua formação, trocas de e-mail sazonais e confessionais de cada uma das partes que formam, MS MR acabou descobrindo que o que realmente queriam era estar a frente e criar seu próprio público.

Tendo lançado inicialmente suas canções através de um Tumblr próprio, a banda ascendeu, criou uma base de admiradores a partir da rede social e foi ganhando atenção da mídia e de mais nomes envolvidos com o meio, como Charli XCX e Marina & The Diamonds. Também acabou abrindo turnês e dividindo palco com outros nomes que já tem certo prestígio na mídia.

Lizzy e Max deram o pontapé inicial com o EP Candy Bar Creep Show no segundo semestre de setembro, trazendo as quatro primeiras canções (Hurricane, Bones, Ash Tree Lane e Dark Doo Wop.) Agora se transportam para o disco de estreia Secondhand Rapture. A associação ao nome de Florence + The Machine é praticamente instantânea pelo fato de apoiar-se da mesma sonoridade mística da galesa: percussões fortes que variam entre palmas e ritmos étnicos, além dos destaques para a variação de graves e agudos da frontwoman em um terreno que estima pela grandiosidade do começo ao fim.

Apesar de trazer singles interessantes com Hurricane, This Isn’t Control e Fantasy, e que tem potencial para agradar mais facilmente o público, é quase impossível não considerar tais faixas uma versão amostra-grátis do que Florence Welch e sua trupe já galgaram (e muito bem) em dois discos. No entanto, o duo mostra flexibilidade e composições interessantes em momentos como Salty Sugar, que abandona a densa carga de mistério, e revela-se numa levada rítmica menos óbvia, e Dark Doo Wop, que traz uma balada romântica fluida e sensual muito bem conduzida por Plapinger.

O fato é que ao ouvir canções como BTSK, Twenty Seven e No Trace, a impressão que fica é que o tempo não passa e uma canção se funde a outra, como num ritual de sinos, duplicação de coros, xilofones e batucadas que depois de um tempo já não representam mais uma surpresa. O que desaponta não é a referência, mas o conceito criativo e o trabalho sonoro do casal se tornar plenamente previsível depois de duas ou três canções sequenciais. A linhagem da qual o par se baseou para moldar seu disco é um tanto arriscada e parar no meio termo acaba como “exceção da regra”: instrumentações impecáveis e um seguro potencial de voz pode ser tido como imprescindível para transitar com tranquilidade nesse meio.

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Autor:

Jornalista por formação, fotógrafo sazonal e aventureiro no design gráfico.