Resenhas

Naná Rizinni – Lá na Naná

Pop inventivo e que mostra a essência da cantora é seu melhor registro até então

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Ano: 2014
Selo: Independente
# Faixas: 12
Estilos: Pop Alternativo, Rock Alternativo, Indie
Duração: 40:00
Nota: 2.5
Produção: Naná Rizinni, Steve Albini, Adriano Cintra

“Além de guitarras, baixo e outros instrumentos de percussão, coloque no liquidificador uma calda de hip-hop com Peaches, Madonna, Denise Stoklos, Lady Gaga e Cibelle, agite bem e você terá uma mostra de Naná Rizinni”. É assim que a própria cantora se autodefine enquanto musicista, e ao passo que vem apresentando suas novidades a público, a afirmativa de fato se aproxima da realidade. Se em 2011, ao apresentar seu primeiro álbum, I Said, a cantora derivava do underground e fazia o praticamente mesmo caminho que CSS, agora Naná investe em sua veia brasileira e aposta numa sonoridade muita mais esguia, palpável e Pop desde o título: Lá Na Naná é uma ode à rotina própria da cantora de maneira mais assertiva e vitaminada que seu início.

Investindo na qualidade de seu som, Rizinni preparou bem o terreno para conquistar atenção da mídia e público: A produção de Steve Albini, conhecido pelo marcante trabalho do Nirvana, In Utero, somou-se a Adriano Cintra e seus amigos paulistanos com experiência e técnica no meio musical, como Tiê, Dudu Tsuda e Tim Bernardes. Tudo isso resultou numa base firme de arranjos que transitam por diferentes estilos do começo ao fim do material sem perder a molecagem típica de Naná. A multiinstrumentista, que deu suor e sangue no registro vai dos vocais à bateria no decorrer do álbum e mostra bons potenciais de single em Me Deixa Dançar, que vem carregada de diversão e refrões estrategicamente grudentos, assim como Feio, que investe numa progressão de acordes que agrada e te faz dançar, até a derradeira Rock ‘N’ Roll que brinca com o estilo em seus momentos mais retrôs e festivos.

Naná tem nitidamente um espírito jovem e não vê motivos pra parar de arriscar, seja na sonoridade como pode ser visto em Prejudicada que namora com ritmos do Tecnobrega e de uma música eletrônica mais caricata ou com a língua, que passeia pelo italiano sem se preocupar em Give Me Your Love. O que mais deixa a desejar no trabalho é o fato da artista não trazer um vocal tão impactante e as letras soaram um tanto rasas, aproximando-se de uma proposta que beira a um Rock adolescente se ouvida com pouca atenção, mas que não é de suspeitar que seja tudo parte de um plano ou então, da essência da própria Rizinni.

Em suma, o Pop inventivo da cantora é extremamente revelador pra quem deseja conhecer mais afundo quem é Naná Rizzini. Com pontos altos e baixos, o material é um alvo fácil pra ser ouvido no dia-a-dia e até mesmo provoca o ouvinte em dados pontos. Ela pode parecer estar na corda bamba entre o sucesso e o erro, mas o fato é que ela nunca esteve em tão boa forma desde seu primeiro lançamento.

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Autor:

Jornalista por formação, fotógrafo sazonal e aventureiro no design gráfico.