Em um cenário atual em que o Pop está cada vez mais presente, o som visceral e sujo tem um exemplo com OBN IIIs, que ainda tem seu espaço e mostra que o seu público não foi abandonado de novidades entre sintetizadores e melodias mais suaves.
Ríspido e dinâmico, Third Time to Harm chega como mais um trabalho do grupo que parece ser uma máquina do tempo para as tardes ociosas e madrugadas vagas e boêmias da juventude estadunidense dos anos 80. Apostando em riffs crus – inclusive de baixo, o que dá uma tonicidade ainda mais vívida e pesada ao som -, o quarteto de Austin mostra que bebeu forte das bandas Punks da segunda metade dos anos 70 e dos anos 80 além de misturar com doses do bom e velho Rock ‘n’ Roll de raiz.
Mostrando intensidade do começo ao fim, o álbum inicia-se com o ponto de partida No Time for the Blues, que funciona como um ótimo cartão de visitas ao maior estilo “chute na porta” e explica bem ao ouvinte a proposta sonora do grupo. Seguindo, temos Queen Glom e seu ar de The Stooges, Beg to Chirst que soa como uma mistura de bandas oitentistas como Boston e Bad Company, Brother, que – mesmo sabendo que não tenha sido uma influência – nos remete à brasileira Camisa de Vênus principalmente nas estruturas vocais de Orville nesta faixa, e à ótima escolha de fechamento Worries que mistura a força Punk com influências clássicas como The Rolling Stones.
Apesar de não ser nenhum som inovador, os rapazes da OBN IIIs mostram naturalidade na expressão que produzem em suas garagens e isso faz do álbum uma boa escolha para quem busca uma escolha honesta de um som mais intenso e que flerta com os clássicos de suas origens.