Resenhas

Omar Rodriguez-López – Weekly Mansions

Nono disco da série de discos solo traz um respiro Pop ao experimentalismo construído até então

Loading

Ano: 2016
Selo: Ipecac
# Faixas: 14
Estilos: Eletrônica, Experimental, Synthpop
Duração: 39:00
Nota: 3.5
Produção: Omar Rodríguez-López, Marcel Rodríguez-López, Lars Stalfors

Omar Rodriguez-Lopez continua sua épica saga de lançar doze discos solo até o fim do ano e não poderia haver um adjetivo melhor para definir este feito. O músico tem se libertado cada vez mais das grandes sombras que seus projeto passado estabeleceram para si e este grande projeto acompanha as diferentes tendências que sua personalidade se agarra.

Ou seja, nada é previsível e, ao menor sinal de que as coisas podem estar começando a se unificar, Omar lança mão de novas linguagens para nos manter presos a este intenso labirinto criativo. Atualmente em seu nono capítulo, o projeto alcança vôos mais baixos em comparação a outros registros de sonoridades mais caóticas, porém isso não significa que o disco tenha um alto teor experimental. Na verdade, talvez seja o mais experimental até então.

Weekly Mansions é um grande laboratório. Colocado dentro de um contexto mais Eletrônico, o disco traz tanto composições mais desconstruídas quanto concretas. Faixas como Essential Punishments e Disheartening trabalham bastante com construções e paisagens sonoras repletas de ruídos e barulhos, enquanto Rotten Straw Lips e Science Urges delimitam caminhos mais confortáveis aos ouvidos, se equiparando às boas canções de Synthpop.

É um momento peculiar na carreira de Omar, principalmente por nos apresentar a um universo tão distinto do que conhecemos dele até agora. É como se esta alternância de humores representasse sucessivos ensaios para continuar com sua grande obra, instigando-o a novos horizontes. Afinal, oito discos em tão pouco tempo devem ser um exercício exaustivo, mesmo para alguém tão criativo quanto Omar.

O fato deste registro trazer este Pop pode soar estranho, mas dentro do grande deste grande projeto ele funciona como um respiro, que dá fôlego para retomar (ou não) vôos mais altos, resgatando o experimentalismo dos capítulos passados. Isso não o torna menos importante, muito pelo contrário. Faz com que ele seja essencial para que Omar continue a compor da forma mirabolantes que se propôs a fazer. O disco Pop mais experimental deste ano.

*(Weekly Mansions em uma faixa: A Little Old Picnic in Fort Collins)**

Loading

Autor:

Produtor, pesquisador musical e entusiasta de um bom lounge chique