No final do ano passado Atrocity Exhibition imprimiu sua marca como um dos melhores álbuns de Rap do ano, sendo o mais significativo, inclusive, entre aqueles que fazem parte da discografia do rapper Danny Brown. Paul White, o produtor britânico, largamente presente no trabalho, é, sem dúvida, um dos responsáveis por alavancar Brown a um patamar de artista visionário, atento às amplas possibilidades do que significa faz Rap na contemporaneidade.
Accelerator, o EP de quatro faixas (que, na verdade, são apenas duas e suas respectivas versões instrumentais) vem no rescaldo do álbum completo, e é marcado pelas mesmas características que este: uma produção eletrônica hiperativa, de timbragens e melodias democráticas (dividas entre o Trap e o Trip Hop), protagonizados pelos versos rápidos e crispados do rapper.
O clipe de Accelerator, a faixa que dá nome ao EP, mostra um cérebro correndo à frente do corpo do qual deveria fazer parte. É exatamente essa a sensação que temos ao ouvir o trabalho: uma dosagem extra de cafeína sonora que nos deixa alerta e envolvidos por um ritmo frenético. Um excelente exemplar que, na descarga de adrenalina que proporciona, parece acelerar, atravessando semáforos vermelhos, por dez minutos.
(Accelerator em uma música: Accelerator)
