Resenhas

Penguin Prison – Lost In New York

Segundo disco tem boa produção, mas peca pela mesma fórmula do primeiro

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Ano: 2015
Selo: Downtown Records
# Faixas: 11
Estilos: Indie Pop, Electro Pop, Synthwave
Duração: 39:23
Nota: 3.0
Produção: Penguin Prison
Itunes: https://itunes.apple.com/us/album/lost-in-new-york/id972860296?uo=6&at=&ct=

Foram precisos quatro anos de espera para que pudéssemos apreciar a continuidade da obra divertida, dançante e regada de sintetizadores de Penguin Prison. Conhecido por diversos singles e remixes, Chris Glover ganhou destaque com seu primeiro disco, expondo um domínio prático de produção Eletrônica, vinculado a um talento ímpar de produzir hits como The Worse It Gets e Don’t Fuck With My Money. Muitos poderiam concluir que a longa espera por um novo lançamento se daria pelo excessivo controle de qualidade de Penguin Prison sobre suas composições, fato que nossa redação, que esperava com ansiosidade o trabalho, presumia. Não nos decepcionamos no quesito produção, mas, ao escutar, parecece que ficamos presos no tempo.

Como dito, Chris Glover não desaponta na produção do disco. Misturando timbres retrô de sintetizadores, linhas de baixo potentes e vocais bastante grudentos, ele ainda está firme e forte na composição de faixas Pop e dançantes, perfeitas para baladinhas Indie Pop. Calling Out relembra a aura dos anos 1980, com pianos bastante sintéticos e um vocal bastante performático e caricato, já Never Gets Old, embora explore as sonoridades da mesma década, traduz outras sensações e seria a trilha sonora perfeita de uma comédia adolescente nos moldes de Picardias Estudantis (Fast Times In Ridgemont High). Nada disso seria um problema se tudo não fosse um grande déjà vu e esse fosse o álbum de estreia do produtor.

Mesmo sendo canções divertidas, o disco mostra o loop criativo de Chris Glover. Suas composições seguem moldes muito parecidos com os de seu primeiro disco e algumas canções chegam e ter moldes muitos previsíveis, o que é compreensível dada a proposta Pop, porém entediante quando repetida a exaustão. É como se fosse uma grande continuação do disco auto-intitulado, o que não torna o registro inaudível, mas certamente não o destaca entre tantas obras de Synthpop contemporâneas de Penguin Prison. Repetir fórmulas é sempre algo perigoso, e dessa vez, Chris sofre com sua falta de criatividade embora nos divirta por algum tempo.

Ainda que faixas como Stop Moving e Run It Up tentem retormar o espírito criativo de Penguin Prison que vimos outrora, é difícil que estas duas faixas sustentem o disco todo. Um registro que vive à sombra do seu predecessor mas que, apesar dos pesares, não deixa de divertir. Uma obra divertida, mas que pede atenção para não cair na mesmisse em futuros discos.

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Autor:

Produtor, pesquisador musical e entusiasta de um bom lounge chique