Display surge quase como uma autoafirmação do som inaugurado pelo quinteto inglês Phoria em seu ótimo EP de estreia, Bloodworks. São mais quatro faixas que provam de vez a potência da mistura envolvente e por vezes sensual de seus arranjos híbridos entre R&B, Post-Dubstep e outros elementos eletrônicos que servem para amarrar estas duas pontas.
Por isso, o EP começa com Emanate, faixa que mais escancara suas referências. Ela se constrói a partir do ritmo conduzido por palmas, estalar de dedos e percussão corporal, crescendo lentamente e adicionando os elementos um a um, como as camadas de sintetizadores, teclado e os samples. As vozes, seja a de Trewin Howard ou do “coral” que o acompanha, ganham muito destaque e criam um clima grandioso e “épico” para a canção.
As próximas três faixas caminham livremente entre os dois extremos sem necessariamente chegar a um deles. Undone, por exemplo, busca em seu arranjo emaranhar vozes etéreas e o silêncio (à la James Blake) com sintetizadores aconchegantes e um piano dramático; Atomic mais uma vez parece buscar inspiração em Radiohead com sua guitarra dedilhada, ritmo marcante e sintetizadores nevoentos – algo que pode lembrar também uma versão eletrônica de Half Moon Run; Efforttobreathe fecha o EP com arranjos minimalistas, em que um cavernoso sintetizador se encontra com uma bateria simplória e com os ótimos vocais de Trewin – sendo a mais potente e melhor música da pequena obra.
Mais uma vez, o problema é ser curto demais. O quinteto de Brighton tem uma mistura incrível em suas mãos e que pode funcionar muito bem em uma obra maior. Só nos falta agora esperar por um disco completo ou mesmo compilação dos primeiros singles do grupo.