Resenhas

Porcelain Raft – Permanent Signal

Músico italiano lança obra que, à sombra de seu lançamento anterior, começa a fugir de seu estilo habitual

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Ano: 2013
Selo: Secretly Canadian
# Faixas: 11
Estilos: Dream Pop, Eletrônico
Duração: 38:25
Nota: 2.5
Produção: Mauro Remiddi
SoundCloud: https://soundcloud.com/secretlycanadian/porcelain-raft-think-of-the
Itunes: http://clk.tradedoubler.com/click?p=214843&a=2184158&url=https%3A%2F%2Fitunes.apple.com%2Fbr%2Falbum%2Fpermanent-signal%2Fi

Lembra-se de um já longínquo Mercury Rev na sua ótima época do bitterswet onírico de All is Dream? É mais ou menos este espírito que teremos ao ouvir o lançamento deste ano de Mauro Remiddi sob seu projeto Porcelain Raft, intitulado Permanent Signal.

Tendo em vista o nome do álbum, que faz referência ao sinal do telefone quando este se encontra sem linha, que nos remete imediatamente a uns tons eletrônicos (e demais barulhinhos afins), assim como o passado do projeto, seria coerente esperar um álbum apoiado nas possibilidades dadas pelo uso indiscriminado de sintetizadores. Não é o caso. Soando bastante orgânico em sua maioria (embora não abandone totalmente seus experimentos eletrônicos), o músico italiano conta com a ajuda de bons nomes na instrumentação. Temos Jonny Rogoff (Yuck)na bateria, Darby Cici (Antlers) no baixo, backings vocals e trompetes enquanto Gaspar Claus (Surfjan Stevens, The National) colabora no violoncelo.

Embora seus lançamentos anteriores tenham colocado Porcelain Raft à frente de outros tantos nomes da onda de Electro-Pop de alguns anos atrás, no álbum de 2013 não temos nenhum grande destaque. Sua sonoridade, que nos remete a excelentes referências (afinal uma espécie de Mercury Rev somado à Placebo com toques de Walkmen sempre vai soar agradável), infelizmente possui a grande parte de suas canções habitando uma espécie de lugar-comum, pois, quando questões pessoais são tratadas de modo geral e indeterminado nas letras, as músicas as mesmas podem soar genéricas, justamente no caminho contrário de suas pretensões subjetivas.

Em contraponto aos timbres sujos que misturam as parcelas sintéticas das músicas, temos os vocais aéreos e melodiosos que embalam a audição, elementos que, quando somados, nos levam ao universo de sonho do artista. Ficando um pouco à sombra de seu lançamento anterior, o bem cotado Strange Weekend, o novo Permanent Signal é uma busca honrosa de Mauro Remiddi por um território desconfortável, saindo de seu domínio eletrônico e vagando cautelosamente pela música orgânica, embora fique, justamente por conta disto, sem uma definição precisa.

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Autor:

é músico e escreve sobre arte