Resenhas

Portugal. The Man – Evil Friends

Banda faz de seu sétimo disco um conglomerado de fórmulas Pop que podem até ser pegajosas a primeira audição, mas que não encantam

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Ano: 2013
Selo: Atlantic Records
# Faixas: 12
Estilos: Indie Rock,
Duração: 48:35
Nota: 2.5
Produção: Danger Mouse
Itunes: http://clk.tradedoubler.com/click?p=214843&a=2184158&url=https%3A%2F%2Fitunes.apple.com%2Fbr%2Falbum%2Fevil-friends%2Fid613

Regido por um Pop insosso, Evil Friends se apresenta como um álbum altamente pegajoso e extremamente bem construído a partir de frequências altamente radiofônicas, que certamente ficarão grudadas na sua cabeça (até que outro registro com as mesmas fórmulas apareça e o substitua). Por esse e por outros motivos é muito provável que este álbum irá desagradar grande parte dos fãs de longa data – ainda que possa ganhar novos. Aqui, Portugal. The Man se desprende de muito do que construiu ao longo dos últimos oito anos para pasteurizar seu som e embarcar em um “experimentalismo” choco – pelo menos no que diz respeito às sonoridades que John Gourley e companhia trazem ao registro.

Portanto, não espere muito da agressividade de Waiter: You Vultures! ou Church Mouth, ou a inventividade de The Satanic Satanist ou Censored Colors, e sim muito da proposta acessível de In The The Mountain In The Cloud ou American Ghetto (porém levadas ao extremo com a ajuda do produtor Danger Mouse). Experimentar sempre foi o rumo preferido da banda, mas aqui essa proposta aparece tão diluída em meio a variadas fórmulas Pop, que descrevê-lo como tal seria, talvez, um equivoco. Ainda assim, esse se torna o disco mais acessível e de fácil deglutição de toda a carreira do quarteto norte-americano – faixas como Evil Friends, Purple Yellow Red and Blue e Atomic Man provam isso categoricamente.

Ainda que suas melhores qualidades estejam todas dissolvidas em fórmulas Pop, certas idiossincrasias não mudam. Uma delas (uma das mais importantes), os vocais e a lírica de Gourley (e claro, os ótimos refrãos para serem cantados em coro nos grandes festivais pelo mundo) continuam basicamente os mesmos e contrastam significativamente com essa nova proposta do grupo. Creep In A T-Shirt, Modern Jesus e Hip Hop Kids (essa ultima se tornando a música mais genérica de todo o registro) deixam isso patente e mostram o quão sem cor o som caleidoscópico som da banda pode se tornar.

A subtração de elementos parece ter colocado um filtro sépia e emoldurado em um som que antigamente podia se expandir para onde que pretendesse – totalmente diferente dessa clausura Pop que o prende agora. Na mesma proporção que se torna grudento e de fácil acesso, Evil Friends se torna de certa forma descartável. A proposta Pop se bem utilizada poderia fazer deste álbum não só vendável (como possivelmente se tornará), mas também algo que de fato validasse sua audição (o que infelizmente não acontece aqui).

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BOM PARA QUEM OUVE: The Mars Volta
MARCADORES: Indie Rock

Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts