Resenhas

Ricked Wicky – King Heavy Metal

Novo projeto paralelo de Robert Pollard lança seu segundo trabalho em apenas cinco meses

Loading

Ano: 2015
Selo: Guided By Voices, Inc.
# Faixas: 12
Estilos: Alterntive Rock, Garage Rock, Indie
Duração: 36
Nota: 2.0

Que Robert Pollard é um sujeito prolífico, já sabemos. Mesmo com seu projeto principal Guided By Voices tendo acabado, ressucitado e se desfeito novamente, e, nesse ínterim, tendo produzido mais de vinte álbuns em sua trajetória, Pollard é um músico capaz de manter em atividade sua própria carreira solo (que também já ultrapassou a marca dos vinte títulos lançados), além de inúmeros projetos paralelos que se formam e encerram suas atividades sem muita parcimônia.

Ricked Wicky é um destes projetos paralelos. A idealização da banda, na verdade, vem da adolescencia de Pollard, uma época anterior às centenas de trabalhos que o músico já trouxe à tona. Oficializada, finalmente, em fevereiro de 2015, com o álbum I Sell The Circus, a banda já está no seu segundo lançamento, cinco meses depois, com King Heavy Metal.

Dada a idade do projeto, é justo pensar que este é “apenas” o seu segundo álbum, e que a banda parece, somente agora, estar começando a ganhar corpo e personalidade. Se pensarmos na quantidade de material produzido por Pollard, fica claro que cada projeto diferente não busca necessariamente uma nova via de expressão artística, uma linguagem única, mas, talvez, seja uma oportunidade do músico para tocar com diferentes parceiros de trabalho.

Nesse sentido, fica mais fácil de entender porque, por exemplo, Faulty Superheroes (trabalho vindo da carreira solo do músico, lançado em maio deste ano) e King Heavy Metal sejam tão parecidos. Embora Pollard seja dono de um know-how estratosférico, as pontas atadas entre as faixas dos álbuns de Ricked Wicky parecem mais frouxas que a média do artista.

Embora seja auto-rotulada como uma banda de “Rock de Arena sofisticada”, King Heavy Metal oscila entre estilos diversos. De fato, faltam acabamento e cuidado num trabalho lançado com tanta pressa. A impressão que temos é a de que a banda tem vontade de trazer ao público todo o material produzido, sem qualquer processo de triagem ou maturação de seu conteúdo. Embora Jargon of Clones e Toomfole Terrific sejam faixas que acompanham a qualidade de Pollard em sua carreira solo (e Come Into My Wig Shop seja de um esquisitice maravilhosa), um pouco mais de atenção sobre o material lançado faria, afinal, muito bem ao balanço qualitativo da banda como um todo.

Loading

Autor:

é músico e escreve sobre arte