Resenhas

Rolling Blackouts Coastal Fever – Sideways to New Italy

Segundo disco reverbera de Beach Boys a pares contemporâneos do Indie com som leve e acessível

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Ano: 2020
Selo: Sub Pop
# Faixas: 10
Estilos: Indie Rock
Duração: 39’
Produção: Burke Reid

Rolling Blackouts Coastal Fever é um grupo australiano encabeçado por Fran Keaney, Tom Russo e Joe White, três sujeitos que, além de cantar, tocam guitarra. Esta curta descrição parece resumir muito bem a música do grupo: um Indie Rock ensolarado no qual se sobrepõe riffs distorcidos e reverberados do instrumento. Evocando algum lugar do passado, as faixas reclamam um romantismo esquecido em refúgios idílicos da memória.

Sideways to New Italy é o segundo exemplar na discografia da banda. O álbum tem uma sonoridade mais fluida em relação a seu antecessor, Hope Downs (2018). Isso pode soar, paradoxalmente, como uma maior despretensão do trio em relação a sua música, no entanto, se esse estilo for a sua onda, será fácil de se engajar com ele.

Existe uma inegável energia inspirada pelos Beach Boys – os videoclipes de “She’s There” e “Cars In Space”, ambos com as cores desbotadas pelo sol, confirmam essa ideia. No entanto, os Rolling Blackouts C.F. atualizam um pouco suas preferências para um território mais contemporâneo, mais próximo de bandas como Beach Fossils, Wild Nothing e similares. A bateria motorik faz com que a música do grupo seja ao mesmo tempo dinâmica e contemplativa, algo que lembra muito projetos como The War On Drugs.

Vindos de uma cidade pequena, o grupo compôs esse disco observando o seu cotidiano. No Bandcamp, a banda escreveu que o registro nasceu inspirado pelas “tentativas que as pessoas fazem para criar a utopia no quintal, em busca de algo para se segurar na turbulência”. Pode parecer pouco, mas fazer música acessível e leve hoje dia pode ser, sim, um poderoso ato de resistência.

(Sideways to New Italy em uma faixa: “She’s There”)

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Autor:

é músico e escreve sobre arte