Ryan Adams é mais um daqueles sujeitos incansáveis e prolíficos. Além de sua carreira solo, que conta com catorze álbuns completos (um deles, auto-intitulado, do ano passado) e incontáveis projetos paralelos, o músico botou na cabeça que lançaria, pelo seu próprio selo (chamado PAX AM), um EP por mês desde agosto de 2014, projeto que resolveu chamar de PAX AM Single Series.
De lá pra cá, foram lançados, ainda em 2014, 1984, Jacksonville, Vampires e Do You Laugh When You Lie?. Em 2015, a média caiu um pouco, mas se manteve, ainda assim, bastante produtiva, com a chegada dos títulos No Shadow, Blue Light e, finalmente, deste mais recente Burn In The Night. O EP da vez conta com a faixa-título Burn In The Night, além de Cop City e Look In The Mirror, esta última, de apenas 58 segundos de duração.
Uma experiência rápida e explosiva, mas, ainda assim, com muita cara de Ryan Adams. Burn In The Night é uma “homenagem” às noites calorosas de Los Angeles. O seu single apela para uma espécie de nostalgia nova iorquina, um devaneio sentimental do compositor, elaborada sob uma roupagem de Country Rock. Cop City é uma faixa mais antiga, um experimento ao lado do músico Jeremy Stacey que acabou nunca sendo lançada. Assim como Look In The Mirror, uma faixa de alma Punk que deveria ter entrado em 1984, mas que finalmente encontrou seu lugar de vir ao mundo.
Burn In The Night, o álbum, (ou melhor, EP), é uma experiência rápida e indolor. Um pílula experimental para o público, um deleite expresso para os fãs e um exercício de manutenção workaholic para seu criador. Vale ouvir e experimentar.
