Resenhas

Ryn Weaver – The Fool

Personalidade de artista fica ofuscada por superprodução mainstream

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Ano: 2015
Selo: Interscope Records
# Faixas: 11
Estilos: Pop, Pop Alternativo, Pop Eletrônico
Duração: 41
Nota: 2.5
Produção: Benny Blanco, Michael Angelakos, Charli XCX

A americana Erin Wüthrich, mais conhecida pelo seu codinome Ryn Weaver tem tudo para despontar como um fenômeno Pop. Agora, com o lançamento de seu primeiro álbum completo, intitulado The Fool, a artista está pronta para a prova de fogo. A primeira impressão que se tem ao ouvi-lo é que Weaver está pronta para situar-se no mesmo patamar de divas Pop como Katy Perry. Sua ascensão em direção ao estrelato, na verdade, já começou há algum tempo, com a viralização de seu primeiro e pegajoso single, intitulado OctaHate.

Ao se olhar com um pouco mais de atenção para a ficha técnica de The Fool, nota-se que tal semelhança não é mera coincidência. Um dos principais produtores responsáveis pelo álbum é justamente Benny Blanco, cicerone de alguns expoentes do Pop americano, como Rihanna e Maroon 5, além, é claro, de Katy Perry. Fora Blanco, dividem-se na produção Michael Angelakos (nome à frente de Passion Pit) e a artista britânica Charli XCX.

Ao se ouvir The Fool de cabo a rabo, tal polarização fica, infelizmente, bastante clara. Embora os singles lançandos façam as vezes de uma música Pop Eletrônica com um tempero de EDM, o álbum varia de modo incoeso, as vezes ao lado do Folk mais obscuro que mira no espírito de Lykke Li (sem evidenciar, no entanto, com um dor tão aguda), ou na jovialidade de Mumford & Sons em sua nova fase, ou quem sabe, na sensualidade do Pop Alternativo de Lana Del Rey.

Apesar de suas camadas polidas de um excelente produção, digna de qualquer mainstream americano, é apenas quando Weaver sobra sozinha com sua voz que podemos perceber, dentro de seus trejeitos vocais trêmulos e charmosos, o quanto a personalidade real da artista ficou encoberta. Com letras que falam vagamente sobre força, coragem e fragilidade, temperadas com toques artificiais de esquisitice (uma tentativa de adequar-se ao espectro Alternativo das cantoras Pop atuais?) a impressão final é que tamanha produção em seu primeiro trabalho, ao invés de alavancar, transformou The Fool num mero produto comercial, ofuscando as singularidades da artista Ryn Weaver.

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Autor:

é músico e escreve sobre arte