Resenhas

School of Seven Bells – Put Your Sad Down

Apesar de uma grande cisão com a sonoridade proposta no álbum anterior, este EP parece uma continuação do que foi proposto naquela obra

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Ano: 2012
Selo: Vagrant
# Faixas: 5
Estilos: Synthpop, Dream Pop, Eletrônica
Duração: 32:20
Nota: 3.5

Put Your Sad Down, mais que uma quebra na sonoridade que a School of Seven Bells apresentou em Ghostory, me parece na verdade uma continuação do que foi proposto naquele trabalho. De fato, há uma cisão muito grande entre o que foi apresentado no último disco e o que nos é mostrado aqui, mas, de certa forma, todos os fantasmas daquele álbum foram exorcizados e, como o nome da obra pode sugerir, essa é a hora de se dar um passo adiante, de trilhar outros caminhos.

Esses novos caminhos propostos pela dupla, na verdade, não se distanciam muito do que a banda fazia no começo de sua carreira, quando tinha uma sonoridade mais animada e urgente, mas também menos dramática, etérea e atmosférica como a que vimos em Ghostory. Dizer que neste EP o passo dado pelo duo foi para trás é uma bobagem, o passo simplesmente foi dado em uma direção diferente.

Se compararmos os primeiros trabalhos, do então trio, com este EP, nota-se a falta que uma voz faz nesta “nova” fase do grupo. A saída de uma das irmãs Deheza fez com que o grupo duplicasse o vocal de Alejandra para criar o mesmo efeito que o duo de vozes conseguia. Em Ghostory, que tinha uma aura mais soturna, essa técnica de duplicação funcionava sem grandes problemas, já aqui ela soa artificial e sem muita eficácia, o que pode decepcionar os fãs mais antigos da banda e que viam nessas harmonias vocais um de seus grandes destaques.

A abertura, com a faixa que dá nome ao disco, é, sem dúvida alguma, ousada. Com seus mais de doze minutos, ela tem um quê dançante que se parece com algum Synthpop tirado dos anos 80 e abandona os aspectos soturnos em que a banda se apoiava até então. A música seguinte comprova essa escolha por uma estética diferente: Secret Days, desde seu inicio, se constrói através de batidas fortes e muitos sintetizadores. Essa é também uma das faixas em que nota-se com maior clareza a “falta” de uma voz, pois as harmonias vocais criadas em diversas camadas se mostra pobre quando comparada ao que as irmãs faziam juntas.

Os desabafos amorosos, comuns nas obras da banda, também se mostram presentes aqui. A faixa Faded Hearts é um desses momentos passionais e melancólicos que ilustra esse viés do grupo. Painting A Memory fecha o álbum em clima frenético, apostando em texturas e em influências que parecem ter saído das pistas de dança. Essa música, que mais parece um remix, é a que mais mostra o quão diferente a banda pode ser e o quão longe ela pode se enveredar por caminhos mais dançantes.

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BOM PARA QUEM OUVE: M83, Grimes, Frankie Rose

Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts