Os últimos três anos foram tranquilos para os islandeses da Sigur Rós, já que as únicas coisas que eles lançaram nesse período foram uma coletânea (We Play Endlessly) e a notícia de um hiato por tempo indeterminado a partir de janeiro de 2010. O lançamento de Inni, disco duplo ao vivo gravado em 2008, que chega acompanhado de DVD e de um filme no cinema, vem para anunciar nova fase na carreira da banda e satisfazer os fãs.
Aliás, esses são os grandes presenteados com o álbum, já que não é qualquer um que toparia ouvir (ou ver) a gravação de quase duas horas de um show desses, já que as músicas ao vivo se parecem muito com as gravações em estúdio, então podem não ser tão atraentes para quem meramente “curte” a banda, e não “ama”.
Não sei dizer se essa semelhança é boa ou ruim. Afinal, o trabalho que a Sigur Rós fez em seus cinco discos, de 1997 a 2008, ganhou público muito além das fronteiras de língua (seja o islandês ou o vonlenska – termo designado para a linguagem vocálica que Jonsí usa nas canções da banda) e a colocou no posto de referência para qualquer um que se interesse pelo post-rock.
Certamente, a experiência de estar em um show deles deve ser onírica, pelas longas melodias etéreas com notas e acordes estendidos que fazem aqueles fãs sonharem e o resto da população dormir. E não dá nem pra acordar com os aplausos, já que as músicas são tão emendadas umas nas outras que o pessoal nem se manifesta. Não me entenda mal: tratam-se de composições lindíssimas, mas que não agradam a todos. Quem conhece a banda sabe.
E ouvir Inni com bons fones de ouvido ou em um bom aparelho, com um som bem alto, é uma experiência bem agradável, mas com pouco significado. Claro, são músicas muito bonitas, mas sem muito a acrescentar na gravação ao vivo. Se você não conhece tanto do trabalho da Sigur Rós, tenha seu primeiro contato com os álbuns em estúdio, antes de ouvir esse disco. Já, se você faz parte do “público alvo”, tem muito para aproveitar aqui.