Resenhas

Skrillex – Recess

Primeira obra do produtor quase meia década depois de ter consolidado sua carreira com o famigerado Brostep

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Ano: 2014
Selo: OWSLA/Big Beat/ATL
# Faixas: 11
Estilos: Dubstep, Brostep, Two-Step, EDM
Duração: 46:30
Nota: 3.0
Produção: Skrillex

Para um produtor que já está na ativa há tanto tempo e lançou tantos trabalhos em quase seis anos de carreira, este ser o primeiro álbum propriamente dito pode ser surpreendente para muita gente. Sim, Recess é, curiosamente, o primeiro disco de Skrillex (nome adotado por Sonny Moore) e igualmente é curioso o como ele foge de muito o que criou no passado. Pouco daquele Brostep (variação moderna do Dubstep) e da música baseada em baixos pesados que ele mesmo ajudou a popularizar há quatro anos é visto aqui. No lugar disso há uma variedade interessante de outros gêneros Eletrônicos que mostram não só a versatilidade de Moore, mas o como ele consegue tornar seu som mais palatável aos mais diversos ouvidos.

É claro que ainda há alguns elementos do que fez sucessos em EPs como Scary Monsters and Nice Sprites e Bangarang, mas aqui eles aparecem aqui de forma pouco mais tímida. All Is Fair in Love and Brostep é a faixa que mais “presta homenagem” a essa sua fase e traz de volta um pouco dos drops, baixos potentes, Wobble bass e das construções de tensão que o produtor mostrava de forma recorrente no passado. Try Out e Ragga Bomb também se orientam nesse lado mais “porrada” e dançante de sua música, porém são minoria num disco que demonstra mais interesse em explorar novas tendências do que simplesmente seguir por um terreno seguro e já visitado e revisitado anteriormente em sua obra.

As demais faixas se mostram fruto de uma pesquisa feita pelo produtor do que e de quem mais está se destacando ultimamente. Por exemplo, a faixa Dirty Vibe traz algumas semelhanças com as produções de Diplo, seja pela dinâmica, pelas reconstruções vocais (vindas do Rap e Reggaeton) ou ainda pelo teor étnico vindo da sessão rítmica (inclusive, ela realmente conta com a participação do produtor).

E por falar em Diplo, aqui há o mesmo crossover “Indie/Eletrônico” visto em Major Lazer ao trazer uma série de convidados ilustres para participar de suas faixas. Coast Is Clear, por exemplo, traz um pouco do Two-Step (popularizado na segunda metade dos anos 90) com a presença do R&B e da voz Chance The Rapper, Recess mostra um EDM preenchido pelo vocal de Michael Angelakos (Passion Pit), Ease My Mind conta com a participação de Niki & The Dove e sua vibe Synthpop e fechando essa lista está Kid Harpoon em Fire Away, uma faixa que guardada as devidas proporções se aproxima do que o duo Disclosure faz.

Se Recess pode desapontar alguns pela “falta” de elementos facilmente reconhecíveis nas antigas obras de Skrillex, pode agradar um tanto de outros por trazer uma série de novidades e uma paleta de possibilidades mutio maior do que o Brostep lhe oferecia. Esses elementos que sempre permearam sua música continuam presentes, porém em um misto mais brando e menos sufocante. No fim das contas, Skrillex pode até perder em intensidade, mas ganha em versatilidade e acessibilidade – em minha opinião uma troca justa.

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BOM PARA QUEM OUVE: Zeds Dead, Knife Party, Krewella
ARTISTA: Skrillex
MARCADORES: Brostep, Dubstep, EDM, Two-Step

Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts