Angariando alguns dos jovens artistas mais proeminentes dessa geração, The Internet é um grupo que vê, no início de 2017, prosperar a riqueza de seus espólios. Foi assim quando seus integrantes começaram a investir em empreitadas solo – no intervalo de um mês Syd lançou Fin e Matt Martians lançou The Drum Chord Theory – e continua sendo assim, nessa onda de criatividade irrefreada, que chega até o nós o terceiro exemplar desta safra. Steve Lacy, o integrante mais jovem do grupo, joga pro mundão seu Steve Lacy’s Demo.
A pegada malemolente das faixas que compõem o trabalho parecem incoerentes com o teor de suas letras, que falam de um amor inseguro, constrangido e que, aparentemente, nem aprendeu a paquerar direito. No entanto, a história começa a fazer sentido quando descobrimos que Steve Lacy, que passou a integrar The Internet a partir de Ego Death, não pôde sair em turnê com a banda porque precisava terminar o colégio.
Beirando os dezoito anos de idade, Lacy entrega uma música que se divide entre o R&B e a Chillwave contemporânea. Exibe um potencial para ser Frank Ocean, mira no Pop de Pharrel e surfa na malha bem humorada de Mac Demarco, tudo isso enquanto bate a cabeça contra os dramas da adolescência.
Steve Lacy’s Demo é quase como um currículo impresso em A4. Seu compilado de faixas serve mais como uma amostra do que o jovem é capaz de fazer, reunindo alguns de seus excertos mais inspirados. É livre, despreocupado e chama a atenção sem fazer esforço. Mais um para a lista de acertos de The Internet.
*(Steve Lacy’s Demo em uma música: Dark Red)**