A busca incessante da compreensão de si mesmo, com seus júbilos, falhas e desafios é o que temos de mais marcante na carreira de Surfer Blood, o quarteto americano de Indie Rock Alternativo.
Em 2010 o grupo lançou Astro Coast, um álbum temperado à agressividade cheia de reverb do Beach Punk de Wavves mesclada ao Indie dançante de Vampire Weekend. Tal estreia, dado o teor da novidade, conquistou o público e acabou rendendo ao grupo um contrato com a gravadora Warner Bros. O contrato, por sua vez, acabou resultando em Pythons, o álbum, até agora, de maior projeção da banda. Pythons, ao contrário do debute do grupo, exibia uma produção muito mais robusta, o que dava um ar mais “profissional” e agradável aos ouvidos, ao mesmo tempo em que amenizava o estilo de sua música, ficando mais ao lado do Rock Alternativo noventista de Weezer ou Rooney.
Embora tal mudança tenha sido muito longe de radical, isso agradou a alguns novos ouvintes e incomodou alguns outros vindos do seu antigo séquito de seguidores. Agora, para 1000 Palms, a banda passa por um novo processo de renovação em direção à terceira etapa de sua trajetória. De volta à batalha independente e longe de qualquer influência de selos ou gravadoras, Surfer Blood sofre um retorno à agressividade de seus primórdios (nada distantes) com uma produção muito mais rústica e barulhenta ao mesmo tempo em que pode se gabar da experiência adquirida nesse caminho.
Os pontos fortes continuam os mesmos: ótimas melodias pegajosas no vocal e temas despretensiosos, cheios de energia criativa e marcados por uma angústia quase inofensiva. À maneira de Real Estate, a banda parece, dentro do mesmo estilo, evoluir o máximo que pode em pouco tempo. Vale ouvir.
