O quanto uma música é “Experimental” se outros já realizaram experimentos muito semelhantes antes? Tal questionamento é válido para o que o trio Tera Melos apresenta em Trash Generator, disco apresentado com tal classificação.
Munido também do conceito Math Rock, o grupo trabalha suas doze faixas com o mesmo espírito de realizar algo bastante fora do que é convencional em uma escala maior – é aquela motivação de propor um outro tipo de música que vai de encontro em vários quesitos (cadência, harmonia, ritmo etc.) com aquilo que a grande maioria da produção musical popular é baseada.
Em Trash Generator, a começar pelo título, isso chega com uma postura “desencanada” que remete muito a um tipo de Rock que a banda parece querer desconstruir, aquele som feito por grandes nomes cujo maior exemplar hoje em dia é muito provavelmente Foo Fighters. É como se, em um misto de bom humor e vontade de incomodar, o que poderia ser uma canção mais convencional torna-se uma faixa desafiadora e até mesmo estranha com elementos do Pós-Grunge – ouça Drawing, Your Friends e Like a Dewclaw que logo vai entender.
É muito válido ressaltar, porém, que não é um álbum que oferece algo necessariamente novo – o que, se você parar para pensar, é o combustível do experimentalismo. Mesmo apresentando-se como um trabalho sólido em produção e conceito (e com respiros peculiares, como GR30A11), Trash Generator dificilmente se tornará um preferido entre os fãs do estilo, tampouco conseguirá migrar para fora dele, como fizeram nomes como Battles e Foals.
(Trash Generator em uma faixa: Your Friends)