Resenhas

The 1975 – The 1975

Referências batidas e repetitivas se arrastam em mais de 50 minutos no disco de estreia dos ingleses que peca pela grande falta de personalidade

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Ano: 2013
Selo: Dirty Hit/Polydor
# Faixas: 16
Estilos: Indie Pop, Indie Rock, Synthpop, Electro-Pop
Duração: 50:52
Nota: 2.0
SoundCloud: /tracks/107681555

Desde 2012 o quarteto The 1975 vem preparando seu primeiro e autointitulado álbum com uma série de três EPs, que já apresentavam todos os prós e contras da musicalidade Pop dos ingleses. Bom, posso dizer que nada mudou desde então. Os mesmos tons oitentistas (vindos do Synthpop e Electropop) mistos com o Rock em que a guitarra tem papel fundamental, as mesmas temáticas (sexo adolescente e dinheiro), as melodias pegajosas, o ecletismo exacerbado e a falta de personalidade infelizmente persistem em The 1975.

Se em quatro ou cinco faixas (quantidade de faixas de cada EP) isso não se tornava um empecilho tão grande, quando estendidas a 16 músicas isso se torna um grande problema (um que ultrapassa a marca de 50 minutos). Mesmo os singles (The City, Sex e Chocolate) não conseguem segurar o álbum, o impedindo de se tornar um misto esquizofrênico de referências Pop, que por final acaba se tornando altamente previsível e insosso. De certo não é a presença das tendências radiofônicas que fazem este um disco fraco, mas a forma como elas são exploradas aqui que o torna tão desinteressante (e creio que Justin Timberlake está aí para mostrar como fazer música Pop de forma inteligente).

Atirando para todos os lados, o grupo tem (grandes) chances de pegar com uma faixa ao menos, mas ao ouvir o álbum como um todo vai perceber que ele é bem descontinuo. Misturando algumas das tendências dos últimos anos (Bombay Bicycle Club, Vampire Weekend, M83 e Kings of Leon (em sua fase mais Pop)), o quarteto se vê enclausurado em um terreno de referências saturadas e as trabalha de forma a extrair o máximo de “lugares comuns” possíveis, o tornando um disco fácil e pegajoso, porém altamente descartável. E Heart Out está aí para provar isso – a melhor faixa do álbum nasce como uma cria de M83 ou mesmo de um Kavinsky adulterado.

Ambientado às pistas de dança, fora de seu habitat natural a obra perde muito de sua força ou do interesse de quem pretende ouvir música Pop feita fora da obviedade que a domina nos dias de hoje. Se você quer dançar e se divertir sem se preocupar com mais nada essa até é uma boa pedida, fora deste cenário acho difícil que o curta da mesma maneira.

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Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts