Resenhas

The Black Angels – Indigo Meadow

Banda texana realiza mais uma viagem psicodélica através de seu som, mas desta vez realizando um trabalho muito mais acessível

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Ano: 2013
Selo: Blue Horizon Ventures
# Faixas: 13
Estilos: Rock Psicodélico, Stoner Rock
Duração: 46:00
Nota: 3.5
Produção: John Congleton
SoundCloud: /tracks/79446633

A cidade de Austin no Texas pode ser considerada uma das capitais modernas da música. Assim como Nashville e Cambridge tiveram a sua importância na determinação de estilos e tendências, atualmente a cidade texana tem destaque na cena musical. Festivais, como o SXSW, ocorrem lá, ou seja nada mais propício para o surgimento de bandas. The Black Angels é um destes casos, e o grupo chega ao seu quarto álbum em Indigo Meadow.

Para você que desconhece o som da banda, eu posso dizer resumidamente que eles fazem um Rock Psicodélico com uma levada mais obscura, pelo menos até Indigo. Pense em grupos como Tame Impala, Black Rebel Motorcycle Club e o pai de todos, Black Sabbath, e você terá uma noção do que vem pela frente. Neste trabalho, no entanto, a escuridão se tornou um pouco mais clara, atraindo um público adverso a antiga atmosfera e talvez, afastando o fãs das antigas.

É claro que a viagem sonora não ficou de lado e vemos faixas como Evil Things proporcionando momentos de headbangs introspectivos. A voz do líder Alex Mass está levemente mais alta e mais nítida no disco o que em alguns momentos traz uma maior acessibilidade as suas idéias. Não tente levar muito a sério o que ele diz, porque em algum momento Mass entrou em um ciclo dicotômico entre bem e mal, e este tema se tornou recorrente desde então. Algo que pode ser visto na ótima Don’t Play with Guns, viciante em seu refrão e interessante nos momentos voz-baixo-sintetizador-bateria, é a guitarra deixada pra explodir após os versos.

A maior claridade é vista em canções como The Day, Love me Forever e Always Maybe, que, apesar de não passarem o peso de outrora da banda, conseguem ser psicodélicas na medida certa. As “baladas” são influências claras de Velvet Underground, faixas circulares e entorpecentes. Aliás, o nome da banda parte de uma das faixas do icônico grupo, The Black Angel’s Death Song.

A Psicodelia e o Rock se cruzam mais fortemente quando as declarações de amor ao Black Sabbath surgem em momentos únicos, como a solitária e infernal Twisted Light. Ozzy sorri com uma paixão tão profunda pelo obscuro. A melhor faixa do disco, Holland, é tudo aquilo que o grupo costumava passar antigamente: psidodelia dark. Particularmente a linha de guitarra nesta música explicita bem o que é fazer um som viajante e criar uma atmosfera sonora que te leva a outro lugar.

Mudando um poucos os rumos, mas ainda mantendo as suas raízes, o Black Angels proporciona uma mais Pop em certa medida, sendo pesada em alguns momentos mas na maioria da vezes muito mais Velvet Undergound que Black Sabbath. No entanto, os melhores aspectos de uma música feita nas décadas de 1960 e 1970 estão lá, instrumentação voltada a viagem sonora. Indigo Meadow certamente deve atrair mais pessoas para conhecerem o som da banda, fazendo com que mais pessoas apreciem a viagem através das ondas sonoras.

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Autor:

Economista musical, viciado em games, filmes, astrofísica e arte em geral.