Resenhas

The Joy Formidable – Wolf’s Law

Ritzy Bryan e seus companheiros se aproximam da ambição do Muse e moldam seu som para as grandes arenas

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Ano: 2013
Selo: Atlantic
# Faixas: 11
Estilos: Rock Alternativo, Indie Rock
Duração: 52:52
Nota: 3.0
Produção: The Joy Formidable

Os dois anos que separam The Big Roar de Wolf’s Law foi um período em que o público do The Joy Formidable aumentou exponencialmente – e muito destes novos espectadores se devem às turnês que o trio galês fez ao lado de Matt Bellamy e companhia. Examinando mais de perto, o Muse, além de ajudar a angariar novos fãs, parece ter influenciado bastante na sonoridade que Ritzy Bryan e seus companheiros trouxeram para este disco. Composto quase só pelo famoso Rock de Arena do trio inglês e uma grandiosidade forçada que procura por buscar um público ainda maior, a banda perde um pouco de sua identidade (ou pelo menos os traços mais marcantes de outrora).

As semelhanças não param por aí: o nome desta obra, assim como The 2nd Law, do Muse, também foi inspirada em uma lei. Essa tal lei em que The Joy Formidable se baseia trata da adaptabilidade às diversas solicitações externas dos ossos e, como extensão, seu fortalecimento sob constante estresse. E esta parece ser a visão da banda sobre si durante os últimos anos, o que explicaria muito bem o aumento considerável em todos os aspectos que cercam a sonoridade desta obra e o “crescimento” da banda como um todo.

A adaptabilidade do álbum é mostrada através do som que busca um teor universal e faz isso prezando por refrãos memoráveis, inserindo linhas Pop em meio à sonoridade abrasiva (como nos riffs de Cholla e Bats), juntando uma orquestra em algumas faixas e, mais que isso, utilizando uma fórmula, que já vinha sendo preparada desde 2007 com seus primeiros singles. Em Wolf’s Law, o trio aplica a tal fórmula e obtém um resultado satisfatório para o que o criou nos últimos anos, mas também parece pasteurizar seu som, o deixando homogêneo e perdendo o que o tornava único.

Sobretudo, esta obra foi feita para ser apresentada em grandes arenas e, como tal, apresenta uma grandiosidade forçada em grande parte das faixas. Isso fica claro já na abertura com This Ladder Is Ours que mostra a ferocidade que o trio consegue atingir, porém ilustra também seu lado Pop, se aproximando do que o Foo Fighters é conhecido por fazer. Essa pegada roqueira continua em faixas como Cholla, Little Blimp e Bats, para então, na segunda metade do álbum, apresentar respiros para músicos e público durante os shows. A faixa acústica Silent Treatment é um desses momentos e abre espaço para a banda, a partir daí, apresentar maior diversidade entre as canções. Exemplo disso vem com a tríade Maw Maw Song, Forest Serenade e The Leopard and the Lung, que busca essa integração de vários elementos e estilos, porém mantendo sempre a mira nas grandes apresentações.

Sem dúvida alguma, Wolf’s Law é uma obra ambiciosa, sonoramente chamativa e que irá atingir um público maior que o de seu antecessor, pois foi idealizada levando em consideração os mínimos detalhes e seguindo à risca a formulação criada pela banda em seus últimos anos. Porém, parece perder muito de seu encanto e unicidade ao tentar se fazer universalmente aceita. Ainda assim, a exemplo de seus amigos do Muse, deve cumprir seu papel de angariar muitos espectadores e levá-los aos shows.

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BOM PARA QUEM OUVE: The Killers, Muse, Kasabian

Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts