Resenhas

The Lumineers – Cleopatra

Ano: 2016
Selo: Universal Music
# Faixas: 11
Estilos: Indie Folk, Folk, Pop Folk
Duração: 33'
Nota: 3.5
Produção: Simone Felice

Vamos colocar os pingos nos “is”: The Lumineers tornou-se nos últimos quatro anos não apenas uma referência no dito Indie Folk, mas um grande clichê do termo – um nome utilizado em argumentos para falar das bandas que diluíram o estilo em algo extremamente pegajoso para pegar carona no trem de Mumford & Sons, Edward Sharpe & The Magnetic Zeros, Beirut e outros tantos de maior valor musical e igual comoção pública.

Daí ser tão interessante observar as escolhas feitas em Cleopatra, seu segundo álbum, um lançamento que parece chegar como um argumento da relevância sonora que o grupo teria como algo além da festinha hipster-pop que seus shows promovem. Não dá para prever muito o impacto que ele terá com público e crítica, mas é admirável observar a tentativa e deparar-se com um disco muito mais sicero do que o esperado, do que uma coletânea de hits fáceis para serem entoados em uníssono ao vivo.

Cleopatra é uma obra mansa, com faixas que valorizam o violão e a voz em uma ambientação opaca e reverberante indiscutivelmente calcada para comunicar emocionalmente ao ouvinte. Acima de tudo, é um álbum de canções bonitas e um tanto simples que vêm muito mais sinceras do que mais uma seleção de “heys” e “hos” como muitos esperavam.

Ainda sobre expectativa, é possível também que parte do seu público desaprove o disco justamente por seu espírito mais triste, mas dá para imaginar uma multidão se emocionando com canções como Gale Song e comemorando o refrão de Gun Song, por exemplo.

No risco de perder alguns dos holofotes, The Lumineers lançou uma obra não-fãs vão querer ouvir mais de uma vez e haters terão que se esforçar para usar as mesmas críticas de antes. Está um tanto longe de ser um dos melhores lançamentos da temporada, mas vai falar perto do coração de muita gente – e, sinceramente, é isso o que mais importa.

(Cleopatra em uma faixa: Ophelia)

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Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.