A banda inglesa de Indie Rock The Vaccines, ainda que tardiamente, foi uma das afortunadas que conseguiram um lugar de destaque dentro de um estilo musical tão disputado. O álbum de estreia What Did Expect From The Vaccines? nasceu em 2011, chamou bastante atenção da crítica e garantiu o lugar no coração de fãs que viam um dos gêneros musicais mais importantes da Música Alternativa começar, após uma década de glória, exibir os primeiros sinais de cansaço.
Combat Sports, o quarto álbum da banda, acena a esta origem do grupo e levanta , inevitavelmente, alguma desconfiança no ouvinte. Há algo por aqui que parece resistir teimosamente à passagem do tempo. A banda liderada por Justin Hayward-Young sempre habitou um território instável das comparações e, talvez, os trejeitos do grupo, tão semelhantes a bandas como The Strokes e Ramones, tenham sido um dos principais motivos de sua crise existencial.
Após conflitos entre integrantes, o projeto sentiu uma necessidade de pensar melhor a sua própria existência. Combat Sports nasce, portanto, com esse espírito de retorno às origens, essa tomada de autoconsciência. É como se este álbum se perguntasse, afinal, do que é feito The Vaccines. Para o bem e para o mal, as comparações continuam sendo um norte por aqui, e a banda parece reivindicar para o si o direito de ser o representante por excelência do Indie Rock.
Put It On a T-Shirt evoca The Walkmen, I Can’t Quit contém traços de Two Door Cinema Club e Nightclub mantém um tête-à-tête com Arctic Monkeys – o produtor Ross Orton, aliás, também é o responsável pela pujança guitarrística de AM. Há um clima de festa, de pista de dança dos anos 2000, engrossado por um espírito vindo do Rock ancestral, com uma Stratocaster corrosiva que dança por cima de levadas de bateria chacoalhantes. O lado bom disso tudo é que há muita familiaridade nas músicas que Combat Sports traz e, inevitavelmente, a sequência de faixas possui uma cadência envolvente, e desperta uma espécie de memória muscular e afetiva no ouvinte. Se essa é sua vibe, pode experimentar sem medo.
(Combat Sports em uma música: I Can’t Quit)
