Resenhas

Thee Oh Sees – Floating Coffin

Novo disco do grupo californiano se torna um de seus mais acessíveis e interessantes, sem perder sua identidade

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Ano: 2013
Selo: Castle Face Records
# Faixas: 10
Estilos: Garage Rock, Rock Psicodélico
Duração: 39:53
Nota: 4.0
SoundCloud: /tracks/82566798

Ironicamente a maior estranheza de Floating Coffin é não ter muitas delas – ainda mais quando a banda em questão é a californiana Thee Oh Sees. John Dwyer e companhia surgem em sua nova obra apresentando a mesma musicalidade híbrida entre o Garage Rock e a Psicodelia, e muito da produção Lo-Fi, porém desta vez mais focados e pensando em criar algo que soe mais fácil ao ouvidos. O resultado é um disco que mantém grande parte da identidade da banda e que ainda alia a isso uma grande acessibilidade.

Mal se passaram sete meses desde o lançamento de Putrifiers II e o prolífico grupo está de volta com um disco que mostra que esse curto período foi de grande amadurecimento criativo. Dwyer continua bom em criar suas melodias psicodélicas e riffs crus, montando um repertório que desfila hits garageiros e que se mantém coeso em suas dez faixas, sendo este um dos discos mais memoráveis do quinteto.

Essa sensação se dá desde o começo com I Come From The Mountain, uma balada roqueira bem acelerada que se apresenta explosiva desde o início e que consegue crescer ainda mais nos refrões. Em seguida, a divertida Toe Cutter – Thumb Buster rouba a cena com sua lisergia Pop. Ela brinca com riffs distorcidos que abaixam e aumentam o volume, deixando o inconfundível vocal de Dwyer assumir, em muitos momentos, a dianteira da canção.

O disco segue apresentando essas ótimas variações: a frenética faixa-título mostra um Rock sujo e “bagunçado”, enquanto, na sequência, No Spell é uma jam calminha, quase que carregada por sua parte instrumental. Já a áspera Strawberries 1 + 2 abusa dos delays e distorções, criando algo perto do que o pupilo do Dwyer, Ty Segall, fez em seu ótimo Twins.

As surpresas aparecem quase ao fim do álbum, com Night Crawler, que trabalha com um Post-Punk sombrio e com sintetizadores etéreos, e o single Minotaur que desacelera ainda mais e brinca com o teor “Pop” que o disco apresentava até então.

Floating Coffin prova mais uma vez que mesmo bandas conhecidas por suas excentricidades conseguem se manter fiéis ao seu som original e aliar certo teor Pop ou, pelo menos, limpar um pouco ele das estranhezas para conquistar um público maior. Nesta obra, o Thee Oh Sees não só faz isso, como consegue garantir alta coesão entre suas dez novas faixas e criar um dos discos mais contagiantes do coletivo californiano.

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BOM PARA QUEM OUVE: White Fence, Ty Segall, Black Lips
ARTISTA: Thee Oh Sees

Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts