Em um mundo no qual álbuns digitais pipocam em nossa timeline com uma frequência difícil de acompanhar, um lançamento espontâneo de Tycho consegue, ainda assim, soar como uma surpresa refrescante.
Já se vão dez anos de carreira para o grupo californiano, e Epoch, seu quarto álbum de estúdio, mantém a aura contemplativa de seus antecessores. Com uma sonoridade amigável e otimista, o trabalho chega a nossos ouvidos como uma mescla de banda Indie e projeto de música Eletrônica. Glider exibe temas celestiais próximos de Air, Continuum aposta na sobreposição de camadas de sintetizadores chiados de Boards of Canada, enquanto Epoch resgata a nostalgia de projetos como Gold Panda.
Discreto por sua vibe de música Ambiente, e envolvente graças ao seu flerte com o Post-Rock, Epoch reflete uma espécie de amenidade reconfortante, que parece esquecida em projetos contemporâneos do estilo. Recheado de timbres suculentos, melodias borbulhantes, e sensações delicadas, Tycho celebra seus dez anos de carreira com a empolgação de um novato.
(Epoch em uma música: Epoch)