Se Wannabe Jalva tivesse reunido apenas as três músicas lançadas anteriormente neste disco, Collecture já seria fortíssimo candidato ao título de “EP do ano”. A banda gaúcha, entretanto, resolveu arriscar e nos deu duas outras faixas ao lado das já conhecidas. O resultado não é um disco, mas praticamente um absurdo – no melhor sentido que isso pode ter.
São cinco composições impecáveis sob todos os ângulos. São carismáticas e envolventes sem perder a identidade forte, superlativas do início ao fim. É isso mesmo, se você chegar aqui porque ouviu Miracle, One Way Street ou Mainline (ou todas), ficará muito satisfeito ao conhecer as duas músicas inéditas.
Melt parece até uma daquelas faixas que ficam entre duas melhores em um disco, mas, aos poucos, seu potencial de single aparece. Assim como suas companheiras de EP, é uma faixa longa, mas que não sustenta a audição até o fim – principalmente com uma extensão extra no clímax. A outra é Down the Sea, que faz as vezes de apoteose na obra sem deixar a peteca cair na qualidade, nem a poeira baixar na energia. Tem cara de Rockzão, de alguma música perdida no tempo e presente na trilha de um filme que você gostaria muito.
Se ter cinco faixas perfeitinhas, mas apenas cinco, reunidas em um lançamento pode parecer uma investida segura da banda, é uma escolha louvável ao mesmo tempo por saber impressionar na medida certa. Um álbum completo, porém, não seria uma má ideia.
Collecture, de qualquer forma, é a boa notícia que queríamos ouvir: Wannabe Jalva, uma banda que sempre soube agradar, está hoje em sua melhor forma – o que é notado na dinâmica divertidíssima de Mainline, na narrativa estendida de One Way Street ou no potencial certeiro de hit de Miracle e seu refrão que fica por horas na cabeça.
Se não é candidato a melhor EP do ano, é porque já levou o título.
