A banda texana White Denim parece nos trazer, no sétimo álbum de sua carreira, uma postura moderada entre a experiência da banda e a redescoberta do prazer em fazer música. Após a saída de dois membros do grupo – o baterista Josh Block e o guitarrista Austin Jenkins -, James Petrali parece querer começar um novo projeto, sem abrir mão, no entanto, de toda a história de White Denim até aqui.
Stiff, portanto, apresenta diversas facetas, incursões por numerosos trajetos, que partem do mesmo ponto de partida. O primeiro terço do álbum parece estabelecer um cenário que parte diretamente de Corsicana Lemonade, um Garage Rock apimentado com guitarras emporeiadas vindas do Stoner Rock. Ha Ha Ha Ha (Yeah) é a primeira a apontar para os estilos “primos” do Rock, essas vertentes que há cerca de 70 anos ainda eram vistas como parte de um mesmo todo: o Funk e o Blues. There’s a Brain In My Head faz uma excursão explícita pelos terrenos mais lisérgicos da Psicodelia. A partir de Take It Easy (a pérola deste trabalho) somos levados à energia correlata, mas bastante distinta, do Blues. Tranquilidade, doçura e good vibes imperam nesta etapa do trabalho. De saída, voltamos gradativamente ao Rock ao melhor estilo The Black Keys.
A única ressalva a ser feita em Stiff é a maneira protocolar com que White Denim parece compor suas músicas, que, por vezes, soam quase como paródias ou covers dos estilos que deliberadamente escolhem como “seus”. Take It Easy, por exemplo, não é um título incomum nesse universo, enquanto “I’m the Real Deal Momma” parece uma afirmação difícil de encarar como uma manifestação sincera do compositor e mais fácil de acreditar se for vista apenas como um cacoete do Blues Rock.
Em Stiff White Denim propõe cumprir alguns gabaritos pro forma do Rock para redescobrir o prazer de tocar. Afinal, cumpre muito bem as próprias propostas e traz com elas uma aura, em geral, muito prazerosa de ouvir.
