Não se distanciando muito do que fez em Almanac, disco lançado pela dupla Molly Hamilton e Robert Earl Thomas no começo deste ano, o duo Widowspeak volta em The Swamps sem muitas mudanças na sonoridade, no misto entre Dream Pop e Shoegaze que os fizeram notáveis em 2011, com seu disco homônimo de estreia.
De lá para cá, acentuaram-se alguns elementos que faziam a banda se diferenciar de toda uma gama de outras que dividiam a mesma tag, alguns deles amplamente vistos no segundo disco do grupo. Tais elementos, como o clima Surf Pop, a inserção de algo próximo ao Folk, em certas horas algo hispânico e mesmo algo à la Ennio Morricone, estão de volta aqui para preencher as seis faixas que formam o pequeno EP.
Apesar das semelhanças, há aqui muitas diferenças e como o título e a capa podem sugerir, está é uma obra um pouco mais atmosférica que suas antecessoras. A abertura, como o tema musical da obra mostra um pouco deste som mais carregado que a banda pretende embarcar durante os próximos 19 minutos. Acústica, a faixa é construída à base de bandolins e violões, todos com muito reverb, e o ecoante lamuriar de Molly.
Ganhando mais força, Smoke and Mirrors se desenrola em algo mais Pop, mas ao mesmo tempo cheio das influências vistas em Almanac. Com uma percussão acentuada e uma melodia cativante, a voz de Hamilton aparece com a deliciosa cereja do bolo, para ornamentar uma das melhores faixas já produzidas pelo duo. Na sequência, Calico mostra mais uma vez o busca do grupo por soar como Fleetwood Mac.
Quebrando a expectativa, Brass Bed se apega doçura de voz de Molly para construir ao seu redor arranjos e acompanhamentos igualmente doces. Violão, piano e batidas rústicas fazem o fundo (à la Mazzy Star) para mais uma vez a voz da moça se tornar o centro das atenções. True Believer, mesmo adicionando mais elementos, se assemelha bastante à sua antecessora por trazer algo mais sonhador e Pop, quase um Dream Pop feito de maneira acústica.
Por fim, a faixa-título fecha a obra ambientada no mote da primeira música, a alongando e levando sua melodia para outras direções. Uma bela canção que fecha a audição de forma redonda e consistente. Ainda que pequena, The Swamps é uma das obras mais sólidas já produzidas pelo duo.