Resenhas

Wilco – The Whole Love

Jeff Tweedy e sua trupe se esforçam para recuperar a moral com os fãs, sempre reclamosos desde o sucesso de “Yankee Hotel Foxtrot”

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Ano: 2011
Selo: dBpm
# Faixas: 12
Estilos: Rock Alternativo, Rock Experimental, Folk Rock
Duração: 56:15
Nota: 4.0
Produção: Jeff Tweedy, Pat Sansone e Tom Schick
Livraria Cultura: 22872455

Não é fácil uma banda conseguir chegar ao 9º disco mantendo sua identidade e, ao mesmo tempo, sendo muito original o tempo todo. Esse parece ser o desafio que o Wilco enfrenta em The Whole Love, com a maturidade de quem sabe tanto o que quer fazer, quanto que não dá pra agradar a todos.

Desde seu quarto álbum, Yankee Hotel Foxtrot, grande parte de público e crítica espera outro trabalho que seja inovador e experimental, aparentemente algJeo que justifique a tag “alternativo” que acompanha a banda desde seu surgimento em 1994. Uma das frustrações com o trabalho de Jeff Tweedy e companhia é que o som que antes era uma alternativa ao rock que conquistava o mainstream hoje em dia é popular. Daí aprendemos que a proposta sonora da banda é ser fiel à sua música e não necessariamente ao modo que as pessoas a veem.

Sendo assim, The Whole Love se mostra um disco cheio de “músicas do Wilco”, com aqueles acordes que casam tão bem com a voz de Jeff (Capitol City e Dawned on Me, por exemplo) e aquele clima de “banda de bar” meio folk sempre presente em suas obras (visto aqui em canções como Open Mind e I Might).

O interessante é que o álbum conta com três excelentes canções, muito superiores em relação às outras: Art of Almost, Born Alone e One Sunday Morning (Song for Jane Miley’s Boyfriend), curiosamente as presentes exatamente no início, meio e fim, respectivamente. Dá a impressão que elas foram colocadas estrategicamente ali e as outras todas funcionam como apoio a elas. Após uma faixa mais rápida, vem uma balada mais calminha, e assim o disco encontra sua agilidade mesmo em seus pontos mais baixos.

Fica evidente que a banda sabe bem o tipo de música que quer fazer e o quanto vai agradar uns ou desagradar outros. Saber lidar com tudo isso e ainda entregar o bom trabalho, repito, requer maturidade. E isso a gente nota que o Wilco tem.

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Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.