Resenhas

William Fitzsimmons – Lions

Músico continua sua proposta e seu estilo, sem deixar de se arriscar em

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Ano: 2014
# Faixas: 13
Estilos: Folk, Pop Folk, Indie Folk
Nota: 3.0
Produção: Chris Walla
Itunes: http://clk.tradedoubler.com/click?p=214843&a=2184158&url=https%3A%2F%2Fitunes.apple.com%2Fbr%2Falbum%2Flions%2Fid775163890%3Fuo%3D4%26partnerId%3D2003

Costumo brincar que tudo o que William Fitzsimmons faz fica parecido, mas que ele não deve parar de fazer música nunca, porque tudo é sempre muito bonito. Com o que já tinha ouvido de Lions antes do lançamento do disco, suspeitava que o caso se repetiria aqui mais uma vez, mas fui surpreendido com alguns detalhes inesperados ao longo do disco. Porém, não se engane: Este ainda é um álbum no maior estilo Fitzsimmons de fazer música.

Talvez a maior surpresa tenha sido com Centralia, a primeira música mostrada do disco, que apareceu em um vídeo voz e violão. Aqui, ela se mostra envolta por uma atmosfera de outra densidade – a guitarra no início não deixa dúvidas disso. Mesmo quando o violão surge, os instrumentos querendo acordar do sono ao fundo conferem uma tensão totalmente diferente à composição.

William Fitzsimmons – Centralia

Mas aquele espírito William Fitzsimmons continua presente em toda a obra – o violão brilhantemente dedilhado, o vocal sensível, às vezes quase a ponto de falhar, e as estruturas das composições de letras narrativas preparadas para uma mudada de tom aqui e ali e um solo de suas cordas. É tudo tão parecido que você ouve Lions pela primeira vez e tem certeza que aquela faixa é uma regravação de algo que ele já fez antes.

Outro recurso de estilo recorrente é a repetição de versos simples cujos significados são revelados aos poucos. Com isso, frases singelas ganham um sentido mais forte do que você esperaria, como “I will never speak your name again” em Speak, ou mesmo o “What I do remember is you” do single Fortune.

E – não adianta – o cara faz tudo isso muito bem, e muito acima da média de quem se propõe a fazer música emocional com influência Folk, mas com um aspecto bem contemporâneo. Parte da culpa aqui recai sobre o produtor Chris Walla (guitarrista e tecladista da banda Death Cab for Cutie, que soube respeitar o estilo o músico sem deixar de desafiá-lo a explorar novas áreas em seu som.

Com isso em mente, cada audição é capaz de te revelar alguns aspectos que deixam Lions ainda mais interessante. As três primeiras músicas, por mais bonitas que sejam, parecem servir mais para aquecer o ouvinte para a chegada de Took, com uma guitarra dedilhada e uma pegada que pode te lembrar trabalhos de nomes como The xx. Quando o single Fortune aparece, chega com uma força maior do que quando ouvimos a faixa individualmente com um aspecto Pop muito gostoso.

Sister, Hold On e a faixa-título estão aí para satisfazer quem sempre curtiu o som de Fitzsimmons e não devem decepcionar quem resolve se aventurar agora por seu território. Pode já começar a recomendar, dificilmente quem curte o gênero não vai aprovar.

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Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.