Resenhas

Young Galaxy – Falsework

Novo trabalho da banda mostra evolução e maturidade ímpar em meio à música Eletrônica

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Ano: 2015
Selo: Paper Bag Records
# Faixas: 10
Estilos: Synthwave, Eletrônica, Electro Pop
Duração: 44:00
Nota: 4.0
Produção: Dan Lissvik
Itunes: https://geo.itunes.apple.com/us/album/falsework/id1022571697?mt=1&app=music

Sempre fiquei muito intrigado com o quão fiel o nome da banda Young Galaxy é ao seu som. Em épocas mais distantes, o projeto demonstrava muito apego pelas sonoridades do Dream Pop, evocando referências bastante espaciais e etéreas, nas quais nenhum Reverb era economizado. Já no último lançamento, Ultramarine, a coisa parece ter tomado um pequeno desvio, já que foram incorporados ritmos e elementos dançantes e mais jovens. De qualquer forma, sempre fomos expostos a divertidas faixas que empolgavam na mesma medida que se mostravam carentes de originalidade e ápices ao desenrolar dos discos. Entretanto, percebemos cada vez mais que o tempo é uma benção no processo criativo e de amadurecimento de um artista, e. se tem um disco que pode nos provar isso, é Falsework.

A zona de conforto de Young Galaxy é o sintetizador e nada pode mudar isto. Neste trabalho, não vemos uma mega exploração de timbres, como projetos como Neon Indian faz. Aqui, o grande destaque vem por parte do amadurecimento das composições, que, por mais que ainda sejam bastante joviais e simples, se valem de uma ótima produção na qual os arranjos cativam o ouvinte e o convidam a dançar até o fim do disco. É mesmo orgástico escutar um trabalho de música Eletrônica realmente preocupado com cada minúcia e frequência de som, não fazendo questão de estourar os níveis de baixo, tais como tantos projetos genéricos de Dubstep e Trap.

É um disco colorido em cada música possui cor e textura própria. Cada elemento é colocado no exato lugar onde deveria estar. Wear Out The Ground brinca com sintetizadores vocais, ao mesmo tempo que flerta com elementos do Minimal Techno. Little Wave se aproxima dos anos 80 e é possível ver alguma raíz de Vaporwave bem aprofundada nas bases da música. Já Lean Into My Love prefere buscar refúgio em uma espécie de Reggae Eletrônico, com um dos refrões mais chicletes do ano. Por fim, Pressure é mais calma e minimalista que as outras nove canções, com um belíssimo ensopado de Chillwave e pitadas de Ambient Music.

Young Galaxy traz seu trabalho mais maduro até então, com uma evolução nítida e uma preocupação sólida que tira o antigo ar de despretensão e coloca um belíssimo e brihante selo Ouça em sua carreira. É interessante revisitar antigos discos e perceber como estes elementos estavam dispersos e como foram se reunindo pouco a pouco até produzir o adulto Falsework.

Um colorido sintético em meio a tons genéricos da música Eletrônica.

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Autor:

Produtor, pesquisador musical e entusiasta de um bom lounge chique