Resenhas

Zedd – True Colors

Segundo disco do produtor alemão segue a mesma fórmula de sua estreia em 2012

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Ano: 2015
Selo: Universal Music International Ltda.
# Faixas: 11
Estilos: House, Electro House, Dance, EDM
Duração: 49'
Nota: 1.5
Produção: Zeed

De 2012, ano de lançamento de Clarity, até aqui, muita coisa mudou na vida de Zedd, principalmente seu sucesso no mundo do Pop e EDM, mercado que cresceu vertiginosamente durante esses três anos. Teoricamente, o produtor alemão Anton Zaslavski chegaria ao seu segundo disco muito mais maduro e com muito mais a mostrar aos seus fãs, porém True Colors nos mostra uma realidade bem diferente.

Em seu segundo álbum, ele usa basicamente a mesma fórmula de seu debut, pega o que “deu certo” e amplifica esses elementos em um repeteco que nada adiciona ao ouvinte. Não me espanta dez das onze faixas do álbum terem vocais (elemento que rendeu os melhores singles de seu disco estreia) e somente uma (Bumble Bee) crescer a partir dos instrumentais. Zedd parece ter escolhido o caminho mais fácil, o seguro, ao invés de se esforçar para sair minimamente de sua zona de conforto e criar algo novo.

Há o pastiche de Daft Punk (em Paper Cut), Dubstep disfarçado de Electro House (Addicted To A Memory), várias vozes femininas cristalinas pintando as faixas (Straight Into The Fire e I Want You To Know), presença do Hip Hop (Transmission) e há também versos previsivelmente ruins, como “Let’s live tonight/ Like fireflies!” (Beautiful Now) ou “Cause you’re never too young, you’re never too young, never too young to die” (também em Transmission). Enfim, há um grande repeteco do que todos já ouvimos a exaustão no sucesso comercial que se tornou Clarity.

Mesmo com vários convidados que emprestam seus vocais para tentar tingir as músicas com cores diferentes (Bahari, Selena Gomez, Jon Bellion, Logic & e Troye Sivan são alguns deles), o resultado é algo plastificado e pronto para prateleiras que se mostra bastante cansativo, ainda que continue tão vendável e rentável quanto sempre foi. Essa foi marca de Anton desde o começo e isso não é diferente aqui.

No fim das contas, Zedd me parece apontar para um esgotamento da EDM, que vive hoje baseada em fórmulas pré-fabricadas e lugares comuns. Assim como Romero Britto, o produtor alemão parece somente o detentor de uma técnica genérica que aplica em grande parte de sua produção, gerando músicas igualmente genéricas e formuláicas. Ainda que traga alguns elementos excêntricos da cultura da música Eletrônica global, a forma com que os mostra me parece extremamente enfadonha e serializada. Ainda assim, o disco deve faturar muitos cifrões com o vasto número de fãs e embalar pistas especializadas e grandes festivais ao redor do mundo, principalmente devido ao seu teor Pop e pegajoso.

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BOM PARA QUEM OUVE: David Guetta, Calvin Harris, Deadmau5
ARTISTA: Zedd
MARCADORES: Dance, EDM, Electro House, House

Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts