Resenhas

Zomby – Whit Love

Muito bem produzido, apresentando transições perfeitas entre as faixas, Zomby proporciona ao ouvinte dois discos, que se apresentam distintos na intensidade de suas batidas mas igual em qualidade

Loading

Ano: 2013
Selo: 4AD
# Faixas: 33
Estilos: Dubstep, UK Garage, UK Bass
Duração: 80:06
Nota: 4.0
Produção: Zomby
Itunes: http://clk.tradedoubler.com/click?p=214843&a=2184158&url=https%3A%2F%2Fitunes.apple.com%2Fbr%2Falbum%2Fwith-love%2Fid640814

Não se assuste ao ver as 33 faixas de With Love, terceiro álbum de Zomby. Sabemos que dificilmente há tempo disponível no nosso dia-a-dia para ouví-lo na íntegra. Mas não se preocupe, até por que, o conceito do disco acaba sendo de escolha.

Em formato duplo, o álbum se apresenta em duas tônicas diferentes em cada disco. O primeiro mais para o lado encorpado aos moldes de seu primeiro álbum, Where Were U In ‘92? – com levadas de Bass Music, UK Garage, Dubstep e Grime, dando um som bem característico dos clubes britânicos dos anos 90 com uma cara bem urbana. Já o segundo disco chega adormecido – similar ao seu último trabalho, Dedication – , mas com alguns espasmos desses estilos citados em alguns trechos de faixas que o compõe. Desse modo, With Love se torna ainda mais interessante e mais do que uma compilação de boas músicas de Zomby, passando a ser uma obra agridoce oferecendo a opção de vivência e atmosfera que o ouvinte deseja para o seu dia.

Outro fato que dá ainda mais glórias ao produtor é a conexão perfeita entre boa parte das faixas, soando como se fosse uma cassete mixada, tão comumente presente na vida de umas gerações passadas com suas transições milimetricamente calculadas. Tal efeito dá uma coesão incrível e cria uma sensação de estarmos vivenciando um set ao vivo de Zomby.

Ao passar da décima sétima faixa, 777, (última do disco um) para a a primeira (ou décima oitava, se seguir a ordem) do disco dois, Black Rose, já se nota a diferença. Black Rose dá início a segunda metade da obra com som de teclas gélidos e cinzas, que mesmo ganhando batidas graves em sua sucessora Digital Smoke, ainda mantém o clima mais fechado, doloroso e mais sentimental, resumindo bem a característica que o segundo disco irá apresentar durante sua extensão.

Whit Love não chega a ser um disco conceitual, mas apresenta uma experiência bem interessante ao ouvinte, fornecendo-lhe a opção da atmosfera e do humor da música que este deseja, através da divisão da obra em dois discos. Discos estes que não apresentam diferenças de qualidade, sendo ambos muito bem produzidos e que mesmo com suas longas extensões, possuem uma execução prazerosa, devido tanto às faixas de curta duração (com cerca de um minuto ) que funcionam como interlúdios, quanto pelas ótimas transições. Fato interessante é notar como Zomby conseguiu dividir seus dois tipos de produção, mais agitadas e as mais introspectivas, nos dois discos de Whit Love, gerando como se fosse uma compilação do seu potencial, que vimos em seus dois primeiro trabalhos, como foi citado acima.

O resultado final de tudo isso é um álbum digno de se colocar os headphones e curtir seus graves, tantos na forma agitada da primeira metade, quanto na forma mais intimista da segunda. Um prato cheio, ou melhor, dois!

Loading

BOM PARA QUEM OUVE: Actress, Andy Stott, Burial
ARTISTA: Zomby

Autor:

Marketeiro, baixista, e sempre ouvindo música. Precisa comer toneladas de arroz com feijão para chegar a ser um Thunderbird (mas faz o que pode).