All Folks Fest – 4ª Edição

De cara nova, o festival leva bons nomes da cena independente aos novos palcos do Centro Cultural Rio Verde

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Fotos: Fernando Galassi/Monkeybuzz
Nota: 4.5

Mesmo ocorrendo pela quarta vez no mesmo local, esta edição do All Folks Fest contou com uma grande mudança de ares. O recém-inaugurado novo teatro do Centro Cultural Rio Verde recebeu as quatro atrações escaladas para o festival que, agora, com mais espaço para plateia e artistas, continua sua fórmula de trazer artistas independentes, independentemente das raízes ou musicalidade caipira.

Se despedindo do país, o irlandês Johnny Fox fez um show diferente de seu último, na segunda edição. O clima intimista daquela apresentação foi substituído por um mais roqueiro, mas não menos belo e hipnótico. O músico cantou faixas de mais novo EP, Silence is Golden, lançado no mesmo dia em que o festival aconteceu, e também canções mais antigas, presentes em outros de seus EPs lançados durante esse ano. Outra diferença marcante foi a presença de duas acompanhantes no palco, assumindo teclado e escaleta, que trouxeram ainda mais o clima do estúdio para o palco. A despedida teve ainda uma versão de Minha Mulher de Caetano Veloso, cantada em um português bem esforçado.

O segundo show ficou por conta dos donos da festa: The Outside Dog, que se apresentaram ao lado do carioca Rafael Elfe, agora membro oficial da banda, que também havia participado da edição passada. O atual quinteto fez um show cheio de energia, mesclando suas músicas com as de Elfe e modificando os arranjos de algumas delas para assumir esse novo formato. Mesmo com pouco tempo de parceria, os cinco músicos que subiram ao palco já pareciam ter criado uma boa alquimia musical, tendo um resultado muito positivo. Os dois pontos altos do show foram a estreia da pareceria entre o quarteto e Elfe, Quando a Chuva Cai, e os singles do primeiro álbum da banda, Lot Of Fools e Open D Blues.

Logo após, aconteceu a apresentação mais curiosa e também a mais divertida da noite. Mustache e Os Apaches trouxe aos palcos do All Folks o clima boêmio de New Orleans com uma tradicional apresentação de Jug Band. Iniciando o show em meio ao público, a impressão era de que banda e plateia eram, na verdade, uma só e que todo mundo ali, de certa forma, fazia parte daquela intervenção, seja batendo palma ou arriscando alguns passos de dança. Misturando instrumentos poucos comuns, como washboard e kazoo, aos já tradicionais contrabaixo, violão e banjo, o quinteto animou os presentes com seu som, definido por eles como “excêntrico”. Da mesma maneira que o show começou, ele terminou: os músicos voltaram para o meio da plateia e foram acabar a apresentação no coreto do lado de fora do salão.

Fechando a noite, os paulistanos do The Leprechaun mantiveram a mesma energia dos shows anteriores. Fazendo um misto entre Folk, Música Celta e Punk Rock a banda conseguiu botar pra dançar quem ainda estava com energias sobrando. Entre as músicas que compuseram seu curto set, alguns covers se destacam: Sublime e Ramones por terem essa essência Punk e Acrtic Monkeys por mostrar um lado mais versátil. My Meed e Black Dove, retiradas de seu álbum de estreia, The Years are Just Packed, também conquistaram a plateia com sua energia inacabável.

Em sua quarta edição, o festival fecha o ano mostrando mais alguns bons nomes do gênero e se consolidando com uma iniciativa de promover a música independente e autoral. A cara nova, apesar de se manter na mesma casa, foi também um grande atrativo que melhorou muito a experiência dos shows.

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Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts