Audac – Dois shows em Curitiba

Banda paranaense que abriu para o Tame Impala toca “em casa” pela primeira vez em 2012, em duas apresentações pela cidade

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Fotos: Fabrício Vianna
Nota: 4.0

Fazia tempo que eu queria ir num show da Audac. Acabei indo em dois, um seguido do outro. Depois de uma mudança nos integrantes, som novo em divulgação e da ótima repercussão que levou a banda a abrir pro Tame Impala no Cine Jóia, ficou claro que o momento é o mais favorável para falar dessa banda curitibana que vem fazendo música há bastante tempo e amadurecendo nos palcos, o suficiente para suportar a expectativa emocional que suas próprias músicas acabam atingindo. Vou tentar explicar.

Era quinta-feira, dia 25 de agosto, e o Audac ia tocar no James às 23h00. Aquela seria a primeira apresentação deles em casa neste ano. Uma pequena mudança no programa fez Cassim & Barra Forte tocar antes seu som anárquico, arrepiante e barulhento. Assim, o quarteto formado por Alyssa Aquino nos vocais e synth, Débora Arobed nos vocais e baixo, Pablo Busseti na bateria e Alessandro Oliveira, ex-Copacabana Club na guitarra, começou seu show por volta de 1h25 da manhã da sexta-feira. Não havia muita gente, mas quem ficou até o final teve uma boa sequência de surpresas.

O repertório com sete músicas foi o mesmo preparado para o show no Cine Jóia e o mesmo que a banda tocou no dia 26, no show da primeira edição do festival Motim, no Espaço Cult, uma casa de eventos que fica no histórico Largo da Ordem. Abriu com Distress, uma música nova que tenho ouvido no repeat há alguns dias, crescente, quase brilhante. Tomei outro gole de cerveja tentando não pirar demais e logo identifiquei as primeiras batidas de Bunker, música que dá nome ao primeiro EP da banda.

Na sequência, veio Dark Side, que tem um ótimo arranjo de cordas, um refrão alucinante e chega a ficar fofa na voz das meninas, principalmente porque dividem a letra em duas, sei lá, de um jeito estranho, mas totalmente completo: “other, other, other”. Ótima!

Nitro é cantada inteira pela Débora e ganha uma pegada mais leve, um tanto quanto Folk. Tempus Fugit, que acabou quase colada na já conhecida Real Painkiller, foram as duas músicas anteriores a última e incrível Back to the Future, uma porrada melódica que deita a mão no baixo, guitarra, teclado e bateria e enfim faz toda a banda se tornar uma única peça no seu próprio quebra-cabeças.

Meu saldo, nesses dois dias de show, foi perceber, através do set redondinho, a performance de uma banda que está reconstruindo não só seu nome, mas também seu jeito de se expressar em grupo – coisa que não demora muito pra ficar nos eixos. Em breve, espero ver um novo EP ou álbum, quem sabe com as ótimas músicas que já lançaram por aí entrando como bônus depois de novas composições. Ah, por favor, ensaiem Another para o próximo show. Ficaram devendo essa.

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ARTISTA: Audac
MARCADORES: Espaço Cult, James