Carl Barât

O músico que ficou conhecido por seu trabalho nas bandas The Libertines e Dirty Pretty Thing traz seu projeto solo ao Brasil e agitou São Paulo com a ajuda dos goianos do Black Drawing Chalks

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Fotos: Rodolfo Yuzo
Nota: 3.5

Animado e, até certo ponto, engraçado. Foi mais ou menos assim essa segunda vinda de Carl Barât ao Brasil, dessa vez passando pelo Beco 203 de São Paulo.

O início da noite contou com a abertura dos goianos do Black Drawing Chalks, banda a qual Barât conheceu em sua vinda à Pirenópolis (GO) no ano passado. Ele gostou da banda e então os chamou para ser a abertura e apoio de seus shows no Brasil. Os goianos tocaram poucas músicas, mas marcaram bem sua presença rápida incluindo o maior hit da banda, My Favorite Way, que preparou bem o público para a atração principal (da qual eles ainda iriam fazer parte).

Já com Barât no palco, o show começou com uma música de sua ex-banda, Dirty Pretty Things: 9Lives, seguida de uma de outra banda, Babyshambles, chamada The Ballad of Grimaldi – a banda do também ex-Libertines, Pete Doherty. Com um começo apenas voz e violão, Carl foi levando por um tempo até chamar os BDC novamente ao palco para tocar uma sucessão de hits, ora dos Libertines, ora da DPT. A sequência começou com Deadwood e Bang Bang You’re Dead, passando pelo hit de sua carreira solo, Run With The Boys, e então uma das mais esperadas da noite, Time For Heroes dos Libertines.

Apesar do sotaque carregadíssimo de Barât, a interação com a platéia era boa. A cada música, o músico esticava a mão para a platéia que quase o puxava para fora do palco de tamanha euforia. Além disso, também pedia para o público segurar o violão/guitarra enquanto tirava blusa, deu uma cerveja e um copo de refrigerante para alguém da plateia e teve o chapéu furtado por uma fã.

Em meio a “obrigados”, o show ia seguindo com destaque para mais uma levada de Libertines, com France e uma versão acústica de Death On The Stairs. Os espaços para as músicas da carreira solo eram poucos, aparecendo então mais duas, So Long, My Lover, She’s Something e The Magus, essa última num arranjo totalmente Rock’n’Roll junto com o BDC.

A parte mais hilária do show veio no bis. Com o público pedindo Boys In The Band (Libertines) e Barât dizendo não lembrar como tocá-la, ele chamou da plateia um rapaz que dizia saber tocar a música. Além desse, mais um também foi se aventurar na bateria. Modéstia à parte, e o próprio Barât passava isso com expressões faciais (mas com toque de humor), os “convidados” não estavam muito bem. No entanto, Carl continuou cantando com o público que não ligava muito para os erros dos músicos da platéia.

Finalizando o show, mais três músicas dos Libertines: Get Along em versão acústica (tocada por pedido da plateia), Don’t Look Back Into The Sun, e What a Waster, essas duas últimas encerrando o show com bastante cantoria e animação do público.

Em meio a tanta coisa, uma coisa ficou certa: Carl Barât sabe fazer um show animado, mas ainda depende muito das músicas de seus antigos projetos. Porém, é nítido que o público está ganhando gosto por seu trabalho solo, já que um bom número de pessoas cantou as canções novas. É só esperar um tempo e logo todos se acostumarão com esse novo projeto, com esse novo som. Enquanto isso, vamos matando as saudades de Libertines e de Dirty Pretty Things.

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Autor:

Marketeiro, baixista, e sempre ouvindo música. Precisa comer toneladas de arroz com feijão para chegar a ser um Thunderbird (mas faz o que pode).