Marcelo Camelo – Sesc Vila Mariana, São Paulo

Apesar de ingressos esgotados, haviam cadeiras vazias, mas o músico reservou surpresas e não decepcionou na escolha do repertório

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Fotos: Fernando Galassi/Monkeybuzz
Nota: 4.5

O primeiro dia da trinca negociada pelo músico Marcelo Camelo junto ao SESC Vila Mariana começou na sexta-feira, promovendo o início de um final de semana embalado a sonoridades leves de voz e violão incrementada pela banda Hurtmold, que atua como apoio ao cantor já há um bom tempo desde que se lançou solo. A pontualidade da organização é típica e, apesar de todos os ingressos estarem esgotados para a venda poucos dias logo após o anúncio dos shows, a plateia permanecia com cadeiras e fileiras um tanto desfalcadas.

O cenário costumeiro se torna mais caseiro com a distribuição de samambaias pelos quatro cantos do palco e, ao se posicionar em frente ao microfone, o público vai ao delírio, se esquecendo rapidamente que os espaços vazios que ainda estavam por ali foram preenchidos por sorrisos alegres e gritos de felicidade ao se deparar com o cantor que foi grande influência ao rock brasileiro no final dos anos 90, trazendo traços da MPB às levadas sentimentais das guitarras do Los Hermanos.

Encerrando o ano com mais um dos shows da turnê do disco Toque Dela, a maior parte das faixas apresentadas eram diretamente ligadas ao material e, ao tocar os hits Vermelho, Três Dias, Acostumar e Tudo Que Você Quiser, era possível ouvir o ecoar de vozes juntas às de Camelo, assovios intermináveis e até elogios descabidos enquanto o próprio afinava o violão e se via embaraçado com parte dos fãs.

Entre as surpresas da noite, vale destacar a ressalva do músico sobre parte do público que comprou os ingressos e não vieram vê-lo, afinal estes tomaram lugar de outros que não conseguiram garantir a tempo um dos lugares limitados. Em tom romântico, Marcelo bradou: “Eu quero chamar minha mulher pra cantar essa comigo”. A partir daí, o clima romântico se instaurou no lugar assim que Mallu Magalhães se aproximou do cantor. Os fãs não se cabiam em elogios e o dividir do microfone não poderia soar mais apaixonado naquele momento em que dividiam em versos a faixa Janta. Além de um cover do Belchior, o cantor também surpreendeu com um sambinha de caixa de fósforo criado pelo seu avô, Luis Souza, intitulado como Porta de Cinema.

Em momentos pincelados e na parte final da noite, foi reservado parte do repertório da banda original do cantor, trazendo faixas como a dolorosa Pois é, a poética Casa Pré-Fabricada e a finalizadora de espetáculos Além do Que Se Vê, que trouxe o público pra longe de suas cadeiras e uniu a plateia em uníssono, fechando o primeiro ciclo que dava apenas uma prévia dos demais que seguiriam-se até o dia 9.

Confira as fotos do show em nossa galeria, logo abaixo:

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Autor:

Jornalista por formação, fotógrafo sazonal e aventureiro no design gráfico.