Porto Alegre parou nesse último domingo: A cidade inteira se mobilizava para ir ao primeiro show da turnê The Wall de Roger Waters.
O público era eclético: grupos de jovens, casais, crianças, famílias inteiras – provando que o som psicodélico do Pink Floyd agrada todas as gerações. A quantidade de pessoas criou confusão e muitas filas, que saíam do estádio Beira-Rio, local do show, e chegavam até as margens do Rio Guaíba (mais de 1 km de distância). O clima estava bom, o que tornou a espera mais agradável. O show estava marcado para as 20h, mas devido a grande quantidade de pessoas que ainda não tinham entrado no estádio nesse horário, ouviu-se nos auto-falantes a produção avisando que o show se atrasaria, aumentando as expectativas do público – expectativas que, mais tarde, seriam superadas.
O grande muro já estava lá, incompleto, desde o início. E ao iniciar do show, os tijolos brancos viraram uma grande tela para projeções incríveis. Fogos de artifício vermelhos, luzes, explosões, um balão gigante em formato de javali e até a réplica de um avião da segunda guerra se chocando contra a imensa parede no começo do show. Roger Waters apresentou um verdadeiro espetáculo tecnológico para o público, que vibrava a cada efeito especial.
Com aproximadamente 40 minutos de atraso, In The Flesh? abriu o show e, em seguida, começou The Thin Ice, enquanto imagens de pessoas que morreram em conflitos políticos tomaram conta dos mais de 100 metros de muro montados no palco. Essas críticas sociopolíticas em imagens e efeitos sonoros davam o tom da noite. Roger mostrou que, apesar da idade, ainda tem presença de palco e energia para animar os fãs, dando boas-vindas para o estádio e dedicando a apresentação ao brasileiro Jean Charles de Menezes, que foi morto pela polícia britânica em 2005, tudo em português! Simpático, disse “vocês são demais”, cheio de sotaque. Além disso, o ex-líder do Pink Floyd cantou a segunda parte de The Wall na companhia de um coral de crianças da ONG Canta Brasil, enquanto o muro era erguido mais e mais.
Ao som de Mother, um Roger Waters novinho apareceu tocando violão na grande parede, trazendo um sentimento de nostalgia a todos que cresceram ao som de Pink Floyd. O fim da primeira parte foi marcado pela música Goodbye Blue Sky e pelo fechamento completo do muro, separando a platéia da banda e do palco. E após 20 minutos de intervalo, Roger ressurgiu com Hey You, seguida por Nobody is Home. Na seqüência, os fãs cantaram em coro o refrão de Comfortably Numb, um momento que chegou a causar arrepios.
O muro foi derrubado ao som de Outside the Wall, encerrando o show. Roger Waters, então, apresentou cada músico para que todos pudessem agradecer o público separadamente. A qualidade de som e imagem foi excelente em todo estádio, transformando o show de 2 horas numa grande experiência audiovisual.
O primeiro show da turnê foi grandioso e inesquecível, mostrando que a obra The Wall continua atual e capaz de tocar as novas gerações. Agora, Roger Waters segue pelo Brasil, com apresentações no Rio de Janeiro (dia 29) e em São Paulo (dias 1 e 3 de abril) fechando sua última grande turnê, infelizmente. Na opinião dos gaúchos, o espetáculo foi aprovado. Esperamos que o resto do Brasil também aproveite a última oportunidade de assistir esta grande apresentação.
Setlist do show:
In the Flesh? The Thin Ice Another Brick in the Wall Part 1 The Happiest Days of Our Lives Another Brick in the Wall Part 2 Mother Goodbye Blue Sky Empty Spaces What Shall We Do Now? Young Lust One of My Turns Don’t Leave Me Now Another Brick in the Wall Part 3 The Last Few Bricks Goodbye Cruel World
Intervalo
Hey You Is There Anybody Out There? Nobody Home Vera Bring the Boys Back Home Comfortably Numb The Show Must Go On In the Flesh Run Like Hell Waitig for the Worms Stop The Trial Outside the Wall
