SILVA – Sónar SP 2012

A primeira apresentação do capixaba em um grande palco mostrou por que ele se tornou um grande hype em 2011 e revelou suas músicas inéditas

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Fotos: Robson Bento/ Getty Images LatAm (Fan Page Sónar)
Nota: 4.0

O show de SILVA era um dos que eu estava mais ansioso para ver no Sónar SP. Em seu curto EP homônimo (2011), todas as músicas funcionam muito bem, mas eu queria saber como elas ficariam ao vivo. Não posso dizer que me surpreendi, já que conhecia a capacidade do capixaba Lucio Souza, mas o show foi ótimo, apesar de alguns problemas de produção, e agradou as mais de 400 pessoas que chegaram cedo ao festival só para vê-lo.

Com pouco mais de uma hora de atraso, Lucio e seu baterista subiram ao palco e já começaram com uma canção nova. Foi incrível ver a mesma vibe do disco transportada para os palcos, a chamada “chillwave brasileira” funciona muito bem, ainda mais num festival de vanguarda com é o Sónar. Lucio intercalava entre guitarra, violino, teclado e sintetizador, sendo os últimos dois os mais presentes, enquanto sua dupla ficava entre a bateria e o um pad com as batidas eletrônicas.

Na segunda música, Lucio pega sua guitarra, mas começa no piano as primeiras notas de Imergir, música já conhecida do EP, e muita gente acompanhava SILVA ou nas palmas, ou cantando. Sua experiência com esse projeto nos palcos ainda é extremamente recente, então é natural a tremenda timidez, que dava ao público um tímido “obrigado” ao final de cada música.

Uma das novas canções trazia um teclado bem trabalhado e parece ter sido inspirada nos primeiros trabalhos de Chaz Bundick, com seu disco Causers of This, e segue a linha do EP. Por muita coincidência, 12 de Maio foi tocada no mesmo dia que batizou a música. Antes de apresenta-la, Lucio contou uma historia sobre a faixa, falando que ela havia sido composta um ano atrás, nessa mesma data. Com sua batida alegre, essa foi uma das canções que mais animou quem foi ver assistir o show.

A Visita ganhou uma linda versão acústica, somente com violino, ukelele e as batidas feitas pelo bumbo, se tornando um dos melhores momentos do show. O músico apresentou mais duas novas músicas: a não muito otimista 2012, com uma bela melodia e um ritmo marcante, e, mudando completamente o estilo, Claridão, que revela uma nova faceta do artista com uma vibe dançante e mais eletrônica, contando com o uso do sintetizador.

O show ia muito bem até que em Cansei, na qual a banda perdeu o retorno e, por consequência, seu rumo. Fora de sincronia, os músicos continuaram a música e se desculparam pelo deslize para então, sem nenhum acidente, Acidental fechar o grande show. Com um misto de pré-programação e ao vivo, esse foi um dos melhores momentos do Sónar. Houve alguns probleminhas técnicos, mas, tudo bem, foi um ótimo show mesmo assim.

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ARTISTA: SILVA
MARCADORES: Sónar SP 2012

Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts