Só Pedrada Musical: Brazilian Bass & Future Beats – São Paulo, SP

Talentos brasileiros adequam ritmos hypados com influências próprias em festival urbano e dançante

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Nota: 3.0

O dia escolhido para uma nova edição de um festival de música eletrônica de pequeno porte parecia arriscado: Uma quarta-feira é bem a metade do caminho entre o agito do começo da semana e o descanso do fim. No entanto, o site Pedrada Musical surpreendeu e trouxe no decorrer da noite cada vez mais público para seu evento recheado de talentos nacionais que fizeram com que quem estava por ali não tivesse muitos motivos para ficar sem se mexer.

Entre as apresentações, Sants abria a noite com batidas rítmicas e o viés urbano que preenchem as suas composições sintetizadas marcadas por gêneros como o Bass que respalda-se em momentos mais futuristas e até mesmos soturnos e particulares em relação ao que o próprio colhe e reverbera nas noites paulistanas. Dando sequência ao seu set, Zé Rolê retorna a cidade de São Paulo com o projeto Psilosamples e o repertório de Mental Surf, seu mais recente lançamento em disco desde a vinda ao Sónar. As raízes caipiras originárias de sua cidade de sempre, Pouso Alegre (MG), reverberam através de batidas e influências diversas nas suas composições: Do Vaneirão, ao Forró e trazendo nuances psicodélicas em toda sua geleia digital de sons, Zé agregou várias facetas brasileiras durante seus 60 minutos, que passaram bem apesar de alguns problemas nas transições entre uma faixa e outra.

A seguir, o paulista Cesar Pierri, que atende pela alcunha de CESRV traz a mesma atmosfera emplacada por Sants no início mas num caminho menos experimental e mais dançante. O que se estende por todo seu set e de longe é possível perceber são as influências provindas do subúrbio: Rap e Hip Hop ressoam aqui e ali nas criações expostas por Pierri que fez com quem estava por ali visse ainda mais motivos para se mexer.

A tão esperada vinda de DJ Zegon e seu projeto Tropkillaz chegou a partir das 3 da madrugada. Acompanhado de seu pupilo Andre Laudz, o público bradava a entrada do músico que já cuidou das pickups do Planet Hemp desde o lançamento do disco Usuário e até o moderno e internacionalmente conhecido projeto próprio, N.A.S.A.. Zegon trouxe o Beco 203 abaixo e gerou até rodas efervescentes enquanto emplacava hits muito animados que trouxeram samples de MV Bill, Sabotage, Alegria,Alegria de Caetano Veloso e sua versão “Samba Bass” de Falador Passa Mal. Vozes clássicas do R&B através dos tempos também ressoaram: Passando por divas dos anos 50 e 60 e indo até a despretensão de nomes contemporâneos como o de Lil’ Mama, encerrando assim o acontecimento da melhor maneira possível.

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Autor:

Jornalista por formação, fotógrafo sazonal e aventureiro no design gráfico.